As negociações sobre o Orçamento do Estado para 2025 foram o principal tema das intervenções dos dois partidos que suportam o Governo, PSD e CDS-PP, no debate quinzenal na Assembleia da República, antes de um encontro entre o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos.
O líder parlamentar do PSD comentou deste modo a afirmação feita antes por Pedro Nuno Santos de que era ele "o centrista" neste debate: "É o mesmo secretário-geral do PS que cita Marx nos congressos do PS e que foi o guru da 'Geringonça', este é que é o grande centrista que hoje aqui se apresenta".
"É o mesmo secretário-geral do PS que hoje cita, para suportar as suas posições políticas, os relatórios do FMI, que zurzia no FMI e que fazia tremer as pernas dos banqueiros alemães", referiu ainda Hugo Soares.
O líder parlamentar do PSD alegou que a oposição de Pedro Nuno Santos ao regime fiscal IRS Jovem é contraditória com o programa eleitoral do PS, acrescentando: "Se calhar, era só para fins eleitorais".
Depois, Hugo Soares pediu para se "acalmar o tom do debate político" e para não se "mudar de convicções conforme o momento eleitoral ou o taticismo político".
O líder parlamentar do PSD concluiu este ponto sobre o Orçamento do Estado responsabilizando o PS por uma eventual crise política e defendeu que não faz sentido rejeitar as medidas do IRC e do IRS Jovem quando "viabilizou o Programa do Governo" em que elas constavam.
Antes, o líder parlamentar do CDS-PP dirigiu-se diretamente a Pedro Nuno Santos para lhe fazer um apelo: "Ponha os interesses dos portugueses à frente dos seus estados de alma, ponha os interesses do país à frente dos seus rótulos ideológicos, ponha os interesses nacionais à frente dos seus interesses partidários".
"O sentido de Estado assim o exige, a responsabilidade política assim o obriga e os portugueses, todos, esperam que o senhor seja responsável e tenha sentido de Estado, como esperam de todos nós", acrescentou Paulo Núncio.
O líder parlamentar do CDS-PP sustentou que "os portugueses querem que este Governo continue a governar" e "querem que o Orçamento seja aprovado para garantir estabilidade política ao país e para garantir estabilidade financeira nas suas casas".
Paulo Núncio apontou como exemplos as viabilizações de orçamentos dos governos minoritários de Cavaco Silva, António Guterres, José Sócrates e António Costa.
Leia Também: Marcelo mantém confiança na aprovação do OE apesar de debate "crispado"