PS terá de optar entre ser "alternativa ou viabilizar Governo de direita"

A coordenadora do BE afirmou hoje que o PS terá de escolher entre ser "alternativa ou viabilizar um Governo de direita" e que as negociações com o Governo estão centradas no "tamanho da borla fiscal" da EDP.

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© Rita Franca/NurPhoto via Getty Images

Lusa
09/10/2024 13:29 ‧ 09/10/2024 por Lusa

Política

OE2025

Em declarações aos jornalistas à entrada de uma reunião com a embaixadora da Palestina, na sede do Bloco de Esquerda, em Lisboa, Mariana Mortágua sublinhou que os socialistas se "colocaram como um parceiro preferencial de negociação de um orçamento de direita", afirmando que, para se ser alternativa a um Governo de direita, é necessária clareza "não só sobre IRC, mas sobre todo o OE".

 

Para a líder bloquista, "quem viabilizar o orçamento" não se pode apresentar como uma alternativa ao atual Governo.

"O PS tem de escolher. O PS terá de escolher se é uma alternativa ou se viabiliza um Governo de direita. Quem viabiliza um Governo de direita não é alternativa à direita. E isso parece-me óbvio e acho que é simples de concluir", acrescentou.

Mortágua considerou que o processo negocial que está a decorrer entre o executivo e os socialistas se traduz numa discussão sobre o "tamanho da borla fiscal da EDP".

"É nesta simples ideia que estão resumidas todas as discussões sobre o Orçamento do Estado em Portugal. É se a borla fiscal à EDP é de 40 milhões como defende Luís Montenegro ou é de 20 milhões como defende Pedro Nuno Santos", frisou a coordenadora do BE.

A bloquista defendeu que estes não deviam ser os assuntos em cima da mesa nesta discussão e que a "EDP não precisa de nenhuma borla fiscal", mas sim "pagar os impostos que deve ao Estado pelo negócio das barragens e que não pagou".

A líder do BE reiterou ainda que deviam ser discutidas também formas de "pôr o SNS a funcionar, como é que pomos professores nas escolas" ou "como baixamos o preço das rendas e das casas, que fazem com que as pessoas estejam a empobrecer".

Depois de o primeiro-ministro ter anunciado na terça-feira à noite que a proposta do Orçamento do Estado estava fechada, a líder parlamentar do PS, Alexandra Leitão, garantiu, já na madrugada de hoje, que o sentido de voto dos socialistas não estava fechado e depende da proposta que for apresentada.

A dirigente socialista sublinhou que, apesar das duas linhas vermelhas que o PS traçou, o orçamento é composto por "centenas de medidas" que os socialistas têm que analisar e "muitas delas não vão ao encontro daquilo que são as políticas públicas e o programa eleitoral do Partido Socialista".

Leia Também: OE2025. IL propõe IRC nos 12% para empresas e insiste no "cheque-creche"

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