O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, comentou, este domingo, os esclarecimentos dados ontem pelo presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha.
"Há, no entanto, um líder partidário que aparenta saber o que aconteceu. Esse líder partidário é o líder da IL. Tratou de explicar o que não foi falado nas reuniões e quantas reuniões é que não houve. A Iniciativa Liberal já não é um partido. Está transformada na guarda pretoriana do Governo e do primeiro-ministro", referiu ao final da tarde no Estoril, Cascais, no distrito de Lisboa.
Num fim de semana marcado pelos discursos do líder socialista, Pedro Nuno reforçou a ideia de que "a Direita é uma confusão" e "não é de confiança".
No domingo, Rui Rocha foi entrevistado e disse que estava "convicto" de que o Chega nunca teve uma proposta para integrar o Governo. As declarações foram feitas em entrevista à SIC Notícias, durante a qual disse que teve garantias do primeiro-ministro, Luís Montenegro, de que este iria "cumprir religiosamente o 'não é não'".
Pedro Nuno Santos lembrou novamente a campanha eleitoral da Aliança Democrática e das promessas feitas em relação ao crescimento económico. "O compromisso era mesmo terminarem a legislatura com o país a crescer 3.4%. Este era o grande compromisso. A ambição que tinham. Não faltou seis meses para que tivessem de apresentar um plano orçamental de médio prazo em Bruxelas", apontou.
"O Governo não tem ambição, não tem programa para fazer a economia crescer e é bom que todos os empresários tenham consciência disto: é que foi sempre durante os Governos do PS que a economia portuguesa mais cresceu e, aparentemente, assim continuará a ser", afirmou.
Falando no âmbito do Orçamento, nas medidas do documento e nas diferenças entre o Partido Social Democrata (PSD) e o PS, atirou: "O PSD nunca entenderá, não entende o PS. Não sabe sequer o que é ser social-democrata, que é o que nós somos. E é por isso que não entende que nesta casa é impensável colocarmos jovens contra pobres e pobres contra jovens", afirmou, falando de medidas da habitação, e criticando: "Quando nós falávamos em habitação para a classe média não estávamos a dizer ao Governo para subtrair na dotação que está destinada à população mais carenciada".
Pedro Nuno sublinhou que o Governo traz uma "lógica confrontacional" que não é só entre pobres e jovens, mas também com "jovens e reformados". "Não é a nossa forma de ver o país. Queremos um país coeso para todos e não apenas para alguns", afirmou.
[Notícia atualizada às 19h46]
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