Esta posição foi assumida pelo presidente da IL, Rui Rocha, na Assembleia da República, depois de na quarta-feira à noite, numa declaração ao país em horário nobre de televisão, o primeiro-ministro ter anunciado que o Governo vai aprovar hoje em Conselho de Ministros uma autorização de despesa de mais de 20 milhões de euros para a aquisição de mais de 600 veículos para PSP e GNR.
"Como gostamos de trabalhar e de falar sobre factos, temos aqui uma dúvida que queremos ver esclarecida. É que, em fevereiro de 2024, foi feita uma adjudicação, depois de um concurso internacional, para a aquisição de 714 viaturas, num valor de 22 milhões de euros, portanto, ainda no governo de António Costa", lembrou o deputado liberal.
Neste contexto, a IL quer perceber se Luís Montenegro estava a anunciar "mais 600 viaturas para as polícias, que acrescem às 714 que já foram adjudicadas", ou se está em causa "a mesma realidade, ainda por cima, diminuindo o número de viaturas de 714 para 600 e o valor investido de 22 milhões para 20 milhões".
"A Lei de Programação Aplicável previa já 20 milhões para equipamento. E, portanto, nós queremos perceber o que é que o senhor primeiro-ministro está a dizer. Está a dizer que vai haver mais meios que acrescem àqueles que já tinham sido adjudicados em fevereiro, ou está a falar dos mesmos meios?", questionou Rui Rocha.
O presidente da IL anunciou que o partido já dirigiu um requerimento à ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, para esclarecer esta questão.
Rui Rocha classificou a intervenção do primeiro-ministro como "estranha", considerando que seria mais adequado que tivesse sido feita por um elemento das forças de segurança.
"É muito estranha aquela comunicação. Mais estranha se tornará, se por acaso se confirmar, que aquilo que se foi apresentado como um novo investimento em meios para as polícias, as tais viaturas, são repetidas e de coisas que já estavam em curso. Portanto, parece-me absolutamente necessário esclarecer isto", considerou.
Rui Rocha afirmou que Portugal "tem bom desempenho em matéria de segurança" algo que considerou "uma evidência", mas ressalvou "que factualmente a criminalidade tem aumentado e portanto é preciso tomar ações".
"São essas ações, esses factos, que nós esperamos que um Governo em funções faça, e não comunicações estranhas, nem momentos estranhos, pelas pessoas eventualmente que não as deviam fazer, e sobretudo com esta dúvida que logo a seguir se gera sobre se são mais meios ou são os mesmos meios anunciados pela segunda vez, agora por um outro governo", sublinhou, pedindo mais meios e investimento.
[Notícia atualizada às 12h27]
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