Paulo Raimundo renova apelo para regresso de renovadores ao PCP

O secretário-geral do PCP reiterou este domingo o apelo para que os chamados renovadores regressem ao partido, considerando que perante a situação em que o país está "todos são bem-vindos", independentemente das opções que tomaram no passado.

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Lusa
01/12/2024 06:38 ‧ há 5 horas por Lusa

Política

PCP

Em entrevista à agência Lusa antes do XXII Congresso, que se realiza a 13, 14 e 15 de Dezembro, em Almada, o primeiro em que participa como líder dos comunistas, Paulo Raimundo defendeu que esse apelo feito há dois anos contribuiu para "movimentos interessantes de gente a reaproximar-se", a envolver-se de forma organizada, "como independentes, como apoiantes", sobretudo no quadro da CDU nas eleições legislativas e europeias.

 

"Alguns deles vieram ao partido, outros não, mas penso que foi um contributo", afirmou.

Sobre o regresso dos chamados renovadores, sublinhou que o que disse quando foi eleito secretário-geral pelo Comité Central, altura em que o partido organizou uma conferência nacional, foi que "perante o que se antevia" e que considera estar "à vista", era que todos os que viessem para o combate "eram bem-vindos".

"Independentemente das opções que tomaram há 10 anos, 15 anos, na semana passada. Todos aqueles que viessem para este combate eram bem-vindos. Fiz esse apelo, renovei-o entretanto, renovo-o aqui hoje. Aproveito a oportunidade. Aliás, hoje se calhar até de forma mais viva, porque hoje é mais evidente para essa gente toda o que é que nós dizíamos há dois anos que se estava a trilhar", sustentou.

Paulo Raimundo, que viveu a discussão interna que opôs ortodoxos e renovadores e a considera "uma escola de formação política, ideológica, de combate", recusou, contudo, o termo renovador e faz questão de apontar que "houve razões muito diferenciadas pelas quais alguma gente saiu do partido".

"Umas por opções de fundo, porque queriam um partido diferente, uma opção. Outras porque foram arrastadas nesse processo. Outras até por questões, às vezes, que surgiram em debates mais acalorados que, de um momento para o outro, passaram a ser questões a roçar as questões pessoais e não tanto só políticas", ilustrou.

"Não dá para classificar de uma forma a opção porque é que o A, B ou C saiu nessa terminologia de renovador ou não renovador. Porque aqui queremos todos andar para a frente", acrescentou.

A crise interna que se acentuou nas vésperas do Congresso de 2000 opôs os que defendiam a abertura do partido e novos métodos de funcionamento e aqueles, que ficaram conhecidos como ortodoxos, que defendiam a manutenção do centralismo democrático e da matriz marxista-leninista. Nesse debate interno, com momentos dramáticos, foram instaurados processos disciplinares a alguns dos rostos mais conhecidos do movimento pela renovação do PCP, como Edgar Correia e João Amaral, já falecidos.

Em dois anos que disse terem passado "muito rápido", depois de ter sido eleito líder dos comunistas, Paulo Raimundo diz-se mais à vontade no papel de líder, sente que os portugueses o conhecem melhor, embora ainda reconheça que esse trabalho de se dar a conhecer tem de continuar.

Pela primeira vez, um secretário-geral do PCP em funções gozou de uma licença de paternidade, neste caso pelo nascimento recente do seu quarto filho, algo que diz ter feito sempre com os anteriores três, mas que, com as funções que atualmente desempenha, também serve para dar um sinal.

"Não foi para dar o exemplo, foi uma coisa que já fiz, como disse, nas três vezes anteriores, mas faço com muito gosto e acho que é um sinal também importante que nós também temos que dar", afirmou.

"Há muitos pais, mães e pais, que têm muita vontade de usar esse direito e, como disse, não é possível, por razões várias, mas acho que é preciso darmos sinais também nesse sentido", acrescentou.

Leia Também: Raimundo diz que PCP não fez tudo para diminuir "perceções erradas"

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