"Então não há margem? É claro que se nós decidirmos entregar 1.800 milhões de euros em benefícios fiscais às empresas, se decidirmos baixar o IRC para dar mais 400 milhões de euros às grandes empresas, a margem fica mais curta. Há é um problema de opções", afirmou Paulo Raimundo, que falava aos jornalistas à margem de uma ação de contacto do PCP com trabalhadores de uma vidreira da Marinha Grande, no distrito de Leiria.
Para o secretário-geral do PCP, era necessário que esses 400 milhões de euros fossem "colocados ao serviço do país, nos serviços públicos e também nos salários", considerando que haveria "mais que margem" para valorizar as carreiras dos bombeiros sapadores, que se manifestaram hoje em Lisboa, protesto que levou o Governo a suspender a reunião negocial.
"Os bombeiros precisam de ser valorizados, as suas carreiras, as suas profissões e os seus salários", vincou, considerando que não se trata de um problema "de falta de meios nem de falta de recursos".
Quer no caso de bombeiros quer no caso de outros trabalhadores, Paulo Raimundo considerou que está "farto" do discurso de que não há dinheiro, salientando que quer as empresas quer o Estado e as autarquias têm de "valorizar e respeitar quem trabalha".
"Não tem havido essa opção [de valorizar salários], mas vai ter de haver, porque estas pessoas trabalham todos os dias, põem o país a funcionar e não têm salário que aguente até ao fim do mês e não podem continuar a viver assim", asseverou.
Durante o contacto com os trabalhadores na Marinha Grande, o PCP procurou recolher assinaturas para um abaixo-assinado a defender aumento de salários e pensões, cujas assinaturas deverão ser entregues em março de 2025, ao primeiro-ministro.
Paulo Raimundo considerou este abaixo-assinado "um instrumento de contacto", que "põe as pessoas a participar", vincando que "o país não avança nem a vida de cada um avança, sem melhores condições de trabalho, sem respeito por quem trabalha".
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