Raimundo reconhece "quadro muito exigente" e pede mais recrutamentos

O secretário-geral do PCP reconheceu hoje que o partido atravessou nos últimos quatro anos "um quadro muito exigente", defendendo que precisa de recrutar mais e fixando o objetivo de responsabilizar mil novos quadros.

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© Rita Franca/NurPhoto via Getty Images

Lusa
13/12/2024 12:48 ‧ há 4 horas por Lusa

Política

PCP

No discurso de abertura do 22.º Congresso do PCP, em Almada, Paulo Raimundo salientou que, nos últimos quatro anos, o partido participou em "oitos atos eleitorais, num quadro muito exigente, sob permanente menorização e preconceito", reconhecendo que os resultados alcançados ficaram "aquém das necessidades dos trabalhadores e do povo".

 

No entanto, Paulo Raimundo defendeu que, nesse contexto "de grande e prolongada ofensiva, o PCP assumiu as suas responsabilidades no plano nacional e internacional", elencando várias iniciativas do partido nos últimos anos, em particular sobre "os problemas dos trabalhadores, do povo e do país" ou em defesa pela paz.

Afirmando que o PCP se orgulha do seu trabalho, Paulo Raimundo ressalvou contudo que o partido "quer mais" e "os trabalhadores, o povo e a juventude precisam do seu partido ainda mais forte".

"Precisamos de recrutar mais, recebendo e integrando aqueles que se dirigem ao partido, mas acima de tudo precisamos de tomar a iniciativa para contactar, mobilizar e convidar para ingressarem no partido", afirmou, antes de saudar os cerca de 3.500 novos membros que aderiram ao PCP desde o último congresso, salientando que muitos deles já estão "integrados e com responsabilidades".

"A razão funda da necessidade de recrutamento não é uma razão estatística, não é numérica. É que nós queremos ser mais, para que sejamos mais, de forma organizada, a lutar, a intervir e a transformar. É esta a razão funda pela qual precisamos de ser mais", afirmou.

Na reta final do discurso, Paulo Raimundo fez um forte apelo à mobilização dos militantes do PCP e salientou que o partido levou "por diante e com sucesso a constituição do objetivo das 100 células, 100 responsáveis".

"Coloca-se agora o desafio de prosseguir este trabalho com a criação de novas células, a garantia do seu funcionamento regular e a tomada de iniciativa, porque os trabalhadores precisam do seu partido nas empresas e locais de trabalho", disse.

Paulo Raimundo defendeu ainda que o PCP precisa "de continuar e intensificar a mais importante tarefa" relativamente ao "reforço do partido", referindo-se "à responsabilização de quadros", salientando que essa responsabilização "significa mais capacidade de dar a resposta necessária, de tomar a iniciativa e de estar melhor preparado para responder à ofensiva em curso".

Recordando que, na última Conferência Nacional do PCP, em novembro de 2022, o partido tinha fixado o objetivo de responsabilizar mil novos quadros até este congresso, Paulo Raimundo anunciou que essa meta foi atingida e ultrapassada, com 1.042 novos quadros responsabilizados.

"Mas é preciso mais. É necessário um partido ainda mais ativo e capaz de tomar a iniciativa. São precisos mais quadros e vamos ter mais quadros responsabilizados. E é neste sentido que o Congresso aponta novamente um objetivo de responsabilizar mil novos quadros", disse.

Raimundo disse que o partido tem "consciência plena" das suas dificuldades.

"Certamente não faremos sempre tudo bem e não enterramos a cabeça na areia, mas é partindo da realidade que temos, e não daquela que gostaríamos de ter, que tomamos as medidas que se impõem para ultrapassar as insuficiências que existem, mas para avançar no nosso trabalho", disse, deixando um forte apelo aos militantes do partido para que "tomem a iniciativa".

"Há muita gente que está genuinamente preocupada com os problemas concretos, que está motivada para a intervenção, que está disponível para ser contactada, envolvida e para ser construtora desta grande força. Então cabe-nos a nós ir contactá-los e mobilizá-los", pediu.

Após o discurso do secretário-geral, abriram-se as intervenções dos delegados ao congresso, entre as quais Inês Santos, da concelhia de Rio Maior, que falou da "luta dos trabalhadores nas Carnes Nobre" e arrancou um aplauso aos congressistas ao anunciar mais um elemento da célula do PCP daquela empresa.

Também interveio um membro da célula comunista do banco BPNP Paribas, recentemente criada, que conta com 15 elementos, e já criou um "boletim de célula", com dois números distribuídos entre os trabalhadores daquele banco multinacional.

A delegada Alexandra Brito falou sobre a Efacec, falou de despedimentos encapotados sob rescisões por mútuo acordo, contou como os "trabalhadores exigiram matéria-prima" para laborar e foram "para a frente da empresa dizer que queriam trabalhar".

"A nossa coragem é o grande medo do capital", declarou.

Leia Também: Raimundo pede "convergência" para romper com políticas de Direita

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