João Ferreira aponta necessidade de atrair eleitores do PS para o PCP

O dirigente do PCP João Ferreira defendeu hoje que, para concretizar a política alternativa que o partido defende, é essencial "alterar a correlação de forças", atraindo tradicionais eleitores do PS e quem está a votar em "projetos reacionários".

Notícia

© Lusa

Lusa
14/12/2024 18:24 ‧ há 2 horas por Lusa

Política

PCP

Num discurso no 22.º Congresso do PCP, em Almada, João Ferreira salientou que "não basta enunciar os conteúdos da política alternativa" que o partido defende, "nem reconhecer a sua justeza e pertinência", mas "demonstrar a sua viabilidade, apontar o caminho que possibilite a sua concretização".

 

"Num tempo de soluções fáceis, prontas a servir ao virar da esquina, não nos podemos iludir: esta política que transformará profundamente a situação económica e social, pressupõe ela própria, para se realizar, uma alteração substancial da atual situação política", avisou.

Numa intervenção muito aplaudida, o também ex-eurodeputado do PCP salientou que a construção dessa alternativa "é um processo exigente, complexo, potencialmente longo, que não será fruto de atos isolados, proclamatórios ou voluntaristas, mas sim de uma ação determinada e persistente" que irá requerer "a confluência de vários fatores".

Entre esses fatores, João Ferreira destacou em particular "o desenvolvimento da luta social de massas, impulsionada por objetivos concretos e imediatos", considerando que essa luta é "essencial para alterar a correlação e a arrumação das forças no campo político".

"Deslocando para a esquerda amplos setores da sociedade, seja na base social e eleitoral de outros partidos, como o PS, com gente que esteja disposta a trocar a alternância pela alternativa, seja captando o descontentamento e a revolta que os projetos reacionários procuram instrumentalizar a seu favor", afirmou.

Outro fator elencado pelo ex-candidato presidencial da CDU passa pelo fortalecimento da "organização dos trabalhadores e das massas populares, seja para travar retrocessos" que estão a tentar impor, "seja para lograr avanços no plano dos direitos, da liberdade e da democracia".

O terceiro é assegurar uma "convergência com democratas e patriotas, respeitando naturais diferenças de opinião e de posicionamentos", e tendo como base um "programa político que tenha como ponto de partida o projeto consagrado na Constituição da República, um projeto por cumprir e que é suscetível de atrair amplas camadas e setores da sociedade portuguesa".

Por último, João Ferreira defendeu que "a condição primeira para a alternativa política necessária" é o "reforço da intervenção, da organização e da influência social, política e eleitoral do PCP".

"Podem conjeturar-se múltiplos cenários, mas sem o reforço do PCP, as aspirações de mudança que percorrem a sociedade portuguesa não terão concretização assegurada. Sendo indispensável à construção da alternativa, o PCP será igualmente indispensável a um Governo que lhe dê expressão", afirmou.

Antes, o membro da Comissão Política do Comité Central do PCP enunciou o conteúdo da política patriótica e de esquerda que o partido defende, destacando em particular que essa política se define "por uma rutura" e "é patriótica".

"Patriótica porque tem na afirmação da soberania e da independência nacionais um eixo central", afirmou, salientando que o patriotismo defendido pelo PCP tem "uma raiz de classe".

"Identifica os interesses nacionais com os interesses do povo, dos trabalhadores, e não das classes dominantes que tantas vezes se comportam e comportaram como 'vende pátrias'. É um patriotismo que não se ergue contra outras pátrias. Não é uma forma de nacionalismo", diferenciou.

Para João Ferreira, esse patriotismo consiste na "necessidade de um povo fazer prevalecer os seus interesses sobre as imposições e constrangimentos externos".

"A política alternativa que o PCP propõe é uma política de esquerda: que promove não apenas o aumento da riqueza nacional, mas também a justiça na sua distribuição, o progresso social, a elevação das condições de vida, a igualdade, a conquista de novos direitos", afirmou.

Leia Também: PCP teve resultado positivo de 732 mil euros anuais entre 2020 e 2023

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas