A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua marcou presença na manifestação contra o racismo e a xenofobia, denominada 'Não nos encostem à parede', e sublinha que estes são "momentos definidores da democracia" e uma "celebração de coragem e de solidariedade".
Questionada pelos jornalistas, este sábado, acerca da resposta de grupos de extrema-direita e do partido Chega ao protesto, Mariana Mortágua pareceu não dar importância.
"O importante - e o que deve ser o centro deste dia - é a capacidade de uma democracia para se unir. É a capacidade de juntar na rua diferentes partidos, diferentes protagonistas políticos, associações, comunidades imigrantes, toda a gente que sai à rua porque tem coragem - a coragem de ser solidário, tem orgulho no antirracismo, tem orgulho em assumir uma posição - e nós estamos aqui para celebrar esse orgulho e, portanto, eu acho que é só sobre ele que devemos falar hoje”, sublinha a bloquista.
Recorde-se que grupos de extrema-direita e o Chega marcaram uma vigília de apoio à PSP na Praça da Figueira para a mesma tarde, denominada 'Pela autoridade e contra a impunidade', em resposta ao protesto contra a atuação da polícia na zona do Martim Moniz.
Mariana Mortágua reitera que "o único receio que podemos ter é o receio de não nos levantarmos para celebrar" a "coragem" e o "orgulho". "O único receio que devemos ter é o receio de ficar calados em silêncio - é o receio do medo", sublinhou.
"Quem tem a coragem da solidariedade, quem tem orgulho nessa posição de união de antifascismo, de solidariedade de democracia (...) não tem receio de nada", afirma a coordenadora do BE.
A bloquista visitou a Rua do Benformoso, no Martim Moniz, em Lisboa, na quinta-feira, para ouvir os imigrantes na sequência da "operação especial" da Polícia de Segurança Pública (PSP), em dezembro, e manifestou a vontade que o protesto deste sábado, na Alameda, em Lisboa, "seja um momento de união".
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