O deputado do PS Tiago Barbosa Ribeiro criticou o Governo por ter substituído o anterior diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Fernando Araújo, por António Gandra d’Almeida, que se demitiu na sexta-feira após uma polémica relacionada com o acumular de funções incompatíveis que lhe permitiram arrecadar mais de 200 mil euros.
Para o socialista, enquanto Fernando Araújo era "um dos mais competentes gestores públicos do país", Gandra d’Almeida revelou-se "politicamente submisso".
"Acumulou polémicas e não fez absolutamente nada de relevante durante os meses em que esteve no cargo. Hoje caiu, mas a responsabilidade vai para além dele", escreveu no X (ex-Twitter) Tiago Barbosa Ribeiro.
O Governo empurrou o Professor Fernando Araújo, um dos mais competentes gestores públicos do país e um profundo conhecedor do SNS, respeitado por todos e que apresentou várias medidas enquanto foi CEO do SNS.
— Tiago Barbosa Ribeiro (@tbribeiro) January 17, 2025
O Governo substituiu-o por alguém politicamente submisso, que acumulou… pic.twitter.com/dZ9YSyXDgK
De realçar que Gandra d'Almeida pediu a demissão imediata das suas funções como CEO do SNS - um pedido já aceite pela ministra da Saúde - depois de a SIC noticiar que este terá acumulado, durante mais de dois anos, as funções de diretor do INEM do Norte, com sede no Porto, com as de médico tarefeiro nas Urgências de Faro e Portimão, apontando que a lei diz que tal é incompatível.
Segundo o canal, a lei diz que é essa acumulação incompatível, mas António Gandra D'Almeida conseguiu que o INEM lhe desse uma autorização com a garantia de que não ia receber vencimento. No entanto, através de uma empresa que criou com a mulher e da qual era gerente, terá recebido "mais de 200 mil euros por esses turnos".
Em 22 de maio de 2024, o Ministério da Saúde anunciou que tinha escolhido o médico militar António Gandra D´Almeida para substituir Fernando Araújo como diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e, no mês seguinte, o Conselho de Ministros aprovou a sua designação para o cargo.
Foi escolhido pelo Governo na sequência da demissão apresentada por Fernando Araújo no final de abril de 2024, depois de liderar a Direção Executiva do SNS durante cerca de 15 meses, alegando que não queria ser um obstáculo ao Governo nas políticas e nas medidas que considerasse necessário implementar.
Após informar que tinha aceitado a demissão de Gandra d'Almeida, o Ministério da Saúde informou ainda que o novo diretor-executivo do SNS "será anunciado nos próximos dias".
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