O deputado do Chega Rui Paulo Sousa, confrontado com as buscas da Polícia de Segurança Pública (PSP), esta segunda-feira à noite, ao antigo gabinete de Miguel Arruda no Parlamento, confessou que o grupo parlamentar "não se sente confortável" com o que tem acontecido, mas "ninguém é perfeito" e reiterou a "confiança" em todos os deputados do Chega.
"O deputado Miguel Arruda, se é verdade que cometeu estes ilícitos, terá de pagar por isso, mas confiamos em todos os nossos deputados. São muitos deputados e Miguel Arruda é dos Açores, mas penso que nunca ninguém imaginou uma situação destas. Pode haver um problema psicológico ou algo desse género, mas de resto não conseguimos encontrar nenhuma outra explicação", afirmou, em declarações à RTP enquanto decorriam as buscas, Rui Paulo Sousa.
No entanto, Rui Paulo Sousa recusou admitir que este caso tenha mais impacto no Chega do que os outros casos têm tido nos restantes partidos.
"Este caso atingiu uma dimensão extraordinária, mas se de facto roubou algumas malas no aeroporto, temos noutras bancadas deputados que desviaram e são acusados de crimes bem mais graves e não aconteceu nada disto. Se houve este problema com um deputado nosso por umas malas roubadas no aeroporto, então e aqueles que são acusados de desviar centenas de milhares ou milhões por atos de corrupção? A esses não acontece nada?", questionou o deputado do Chega.
O gabinete do deputado eleito pelo Chega, no Parlamento, foi alvo de buscas e apreensões, numa ação presidida por uma magistrada do Ministério Público.
A operação foi acompanhada por uma juíza e por uma procuradora, assim como pelo deputado Daniel Teixeira, com quem o parlamentar partilhava o gabinete quando era membro do partido populista de Direita radical Chega.
Recorde-se que o açoriano, que foi constituído arguido por ser suspeito de furtar malas nos aeroportos de Lisboa e de Ponta Delgada, reiterou estar inocente das acusações, na semana passada.
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