Rui Rocha foi, este domingo, reeleito presidente da Iniciativa Liberal na IX Convenção Nacional do partido, com uma vitória 'esmagadora', que contou com 73,4% dos votos, contra o conselheiro nacional Rui Malheiro, que obteve apenas 26,6%.
Assim que os resultados foram divulgados, a maioria dos liberais presentes na sala levantaram-se para aplaudir o presidente reeleito e gritar por "Rocha, Rocha".
O resultado expressivo permitiu ao líder liberal reeleito afirmar, com segurança, que o partido, afinal, está unido, ao contrário da ideia que tinha sido criada "nos últimos dois anos". Apesar de não ter "uma voz única", Rui Rocha sublinhou que a IL não tem "qualquer fratura", nem "divergências insuperáveis".
Ainda no primeiro discurso após a reeleição, Rui Rocha prometeu foco na "segurança", defendendo que "sem segurança não há liberdade" e afirmou que, apesar de Portugal ser um país seguro, "há certos tipos de criminalidade em certas zonas do país onde tem havido dados algo preocupantes".
Jogadora de bridge "otimista". Mariana Leitão é a cartada da IL para Belém
Rui Rocha andava a prometer, nas entrevistas que deu desde o início do ano, um candidato presidencial da Iniciativa Liberal que trouxesse "novidade e frescura". Após a reeleição, a revelação foi feita: será Mariana Leitão.
Aos 42 anos, a gestora Mariana Leitão define-se como "otimista" e refere o bridge, o seu jogo de eleição, foi uma "boa escola" para a carreira política que ganha agora maior destaque com a subida a vice-presidente da Iniciativa Liberal e entrada na 'corrida' às eleições presidenciais.
O líder do partido escolheu-a para dar "esperança, coragem e ambição" ao país e a candidata, que até agora ocupava o cargo de líder parlamentar da IL, promete uma "candidatura da liberdade contra o medo" e por "um Portugal que não se conforma".
IL elogia políticas de Milei, mas chumba proposta que exclui coligações nas autárquicas
Na Convenção da Iniciativa Liberal foram aprovadas 22 moções setoriais, que pedem uma perspetiva inclusiva da imigração ou elogiam as políticas de Javier Milei, mas o partido chumbou uma proposta que recomendava a rejeição de pré-coligações autárquicas.
Esta moção, subscrita por 28 membros, foi a única chumbada entre as 23 a votos e defendia que a IL não deve integrar qualquer coligação pré-eleitoral em Lisboa, Braga ou Porto e que qualquer entendimento deve ser submetido à votação prévia do Conselho Nacional.
De resto, entre as 22 moções que foram aprovadas, uma das que gerou maior divisão entre os membros da IL foi a "Moção 1 - Imigração, um Movimento de Liberdade", que obrigou a mesa da convenção a contabilizar individualmente cada um dos votos. A líder parlamentar e agora candidata presidencial Mariana Leitão foi um dos elementos do partido que defendeu que o foco das propostas na imigração tem de ser "o da integração, em vez da exclusão e da segregação".
Outra das moções que dividiu o partido foi promovida pelo fundador da IL e antigo candidato à Câmara Municipal de Lisboa, Bruno Horta Soares, e considera que "a semana de quatro dias (ou menos) é o futuro". Foi aprovada com 392 votos a favor, 267 contra e 214 abstenções.
Lista de Bernardo Blanco foi a mais votada
A lista liderada pelo deputado Bernardo Blanco conquistou 18 de 50 mandatos ao Conselho Nacional da IL, órgão máximo entre Convenções, enquanto a encabeçada por Pedro Ferreira, atual vice-presidente do órgão, conseguiu 14.
Blanco, até agora vice-presidente da IL, optou por deixar a Comissão Executiva do partido invocando motivos pessoais, e candidatou-se ao Conselho Nacional pela lista F, que tem como mote "Juntos fazemos o futuro", é integrada por António Costa Amaral, atual membro da Comissão Executiva de Rui Rocha e antigo vice-presidente da IL durante a liderança de João Cotrim Figueiredo e venceu com 34% dos votos.
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