O líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, considerou, esta quarta-feira, que a recente remodelação no Governo não parece tratar-se de uma mudança política de estratégia, mas sim de "movimento autárquico".
Ao comentar os seis novos secretários de Estado, numa entrevista à SIC Notícias, Rui Rocha apontou que há uma mudança que "é óbvia" e trata-se da saída de Hernâni Dias, que esteve envolvido em polémica e cuja demissão tinha sido anunciada a 28 de janeiro. O novo secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território é agora Silvério Regalado.
"As outras, não vejo uma linha politica que explique esta matéria, posso imaginar que se trate, em alguns casos, da preparação das Autárquicas e alguns destes nomes sejam candidatos em listas do PSD a autarquias e que, portanto, seja mais isso do que propriamente uma reflexão politica sobre o que estava a funcionar", considerou.
Interrogado sobre se via uma mudança política de estratégia, foi peremptório: "Não vejo". "Se houvesse uma fundamentação política de refrescamento do Governo parecer-me-ia normal que estivesse aqui a saída da secretária de Estado da Gestão da Saúde", apontou, dando como exemplo as falhas em torno do INEM. "Não estando, parece-me que tem mais a ver com movimento autárquico", disse.
Recorde-se que o primeiro-ministro propôs hoje ao Presidente da República a substituição de seis secretários de Estado, incluindo a de Hernâni Dias. Além do ex-secretário de Estado da Administração Local e do Território, Luís Montenegro propôs também a substituição dos secretários de Estado da Administração e Inovação Educativa, da Segurança Social, da Energia, da Adjunta e da Igualdade e a da Cultura.
Na mesma entrevista, Rui Rocha falou também sobre o facto de a Assembleia da República ter aprovado hoje, na generalidade, a discussão do projeto de resolução da IL sobre a disponibilização de dados relativos à nacionalidade no Relatório Anual de Segurança Interna (RASI). Para o líder liberal, trata-se de uma "vitória" para o partido e "para o país":
Rui Rocha recusou ainda tratar-se de populismo. "Não se trata de populismo, trata-se de avaliar a situação, avaliar as preocupações dos portugueses e parece-me que a segurança é mesmo um tema que diz respeito as portugueses", justificou, referindo que Portugal tem "bons indicadores genericamente" no que diz respeito à segurança, mas que há "certo fenómenos de criminalidade que estão hoje mais preocupantes" e zonas "onde são mais frequentes".
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