O líder do Chega, André Ventura, já reagiu às acusações de 'bullying' por parte dos restantantes partidos, depois de uma deputada do seu partido ter dito, em pleno plenário, que a deputada Ana Sofia Antunes, que é invisual, só conseguia "intervir em assuntos que envolvem deficiência".
André Ventura admitiu que "houve troca de palavras e apartes", no entanto, nota que não viu nas declarações dos outros partidos nenhum "um exercício de autoculpa".
"É como se os problemas da Democracia tenham começado com a chegada do Chega à Assembleia da República (AR)", atirou, continuando as acusações.
"Parte da imprensa e dos partidos gosta de culpar o Chega por tudo o que acontece, por todos os insultos que acontecem no Parlamento. Nunca houve um líder tão insultado como eu, nem um partido tão insultado como o Chega", declarou.
Interrogado se está disponível para equacionar um agravamento das sanções a deputados por conduta imprópria na Assembleia da República, tal como propõe o PS, André Ventura respondeu: "Estamos de acordo sobre tudo o que seja destinado a elevar o debate democrático".
A seguir, porém, ressalvou: "Mas nunca para perseguir os democratas e nunca para perseguir quem tem opiniões diferentes. Se for para perseguir deputados que dizem que o país precisa de uma limpeza, então, isso não podemos estar de acordo", disse.
"Isabel Moreira é quem mais ofende"
Depois, neste contexto, André Ventura acusou especificamente a deputada socialista Isabel Moreira de ser uma das que mais insulta outros deputados no parlamento.
"A doutora Isabel Moreira queixa-se de ter sido ofendida [na quinta-feira] no parlamento, mas é das que mais ofende, não só a mim, como a outros deputados dentro e fora desta câmara", contrapôs.
Durante grande parte da conferência de imprensa, o presidente do Chega optou por acusar responsáveis de outras forças políticas, sobretudo da esquerda, de "se fazerem de virgens ofendidas".
Em relação a insultos proferidos no parlamento, admitiu eventualmente fazer "mea-culpa", mas recusou em absoluto que "o grande problema da democracia seja o Chega".
André Ventura disse mesmo que a sua força política está a ser alvo de "um ataque concertado de assédio, de ofensas e de insultos".
"Somos atacados, ofendidos aqui, nesta casa, todos os dias. Já o senti como deputado único, já o senti quando tínhamos 12 deputados e sentimos agora que temos 50 deputados. Mas estou sempre aberto à autocrítica", acrescentou.
Recorde-se que o PS anunciou hoje que quer alterar o código de conduta depois de insultos do Chega à deputada socialista Ana Sofia Antunes e que Aguiar Branco devia pedir-lhe desculpas, em nome da AR.
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