José Manuel Rodrigues, o único deputado eleito pelo CDS-PP (que perdeu um lugar no parlamento), disse aos jornalistas, no Funchal, que vai reunir os órgãos do partido para refletir sobre os resultados e comunicar uma decisão "nos próximos dias".
Além disso, é preciso "saber se o partido vencedor deseja um entendimento com o CDS-PP", assinalou, deixando uma garantia: "Se desejar, vamo-nos sentar à mesa e aquilo que poremos em cima da mesa são as nossas propostas e as nossas soluções para resolver os problemas das pessoas, das famílias e das empresas".
Até agora, "não houve nenhuma conversa com o PSD sobre coligações ou entendimentos", frisou. "Ainda não recebi [um telefonema de Miguel Albuquerque, líder do PSD/Madeira e presidente do Governo Regional], mas não estou ansioso para o receber", disse.
O CDS-PP, que já governou com o PSD e que nesta legislatura tinha um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas, obteve 3,00% dos votos, de acordo com os dados oficiais provisórios, com todas as freguesias apuradas.
José Manuel Rodrigues destacou os "sinais dados pelo eleitorado" de que "querem um governo para os próximos quatro anos", assegurando que os madeirenses e porto-santenses "podem continuar a contar com o CDS para que a Madeira possa, a partir de agora, ter mais estabilidade política e melhor governabilidade".
No que diz respeito ao facto de Miguel Albuquerque ser arguido, o líder do CDS-PP/Madeira recordou que sempre disse "à política o que é da política, à justiça o que é da justiça" e sublinhou que os madeirenses voltaram a eleger o líder do PSD/Madeira.
O PSD venceu hoje as eleições legislativas regionais antecipadas da Madeira, falhando por um deputado a maioria absoluta, de acordo com os dados oficiais provisórios.
Segundo informação disponibilizada pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, os sociais-democratas obtiveram 43,43% dos votos e 23 lugares (mais quatro) na Assembleia Legislativa Regional, constituída por um total de 47 deputados.
A maioria absoluta requer 24 assentos. Em 2019 e 2023 os sociais-democratas precisaram de fazer acordos parlamentares (primeiro com o CDS-PP e depois com o PAN) para atingir este número.
Após as eleições de 2024, também antecipadas, o PSD (19 deputados) formou um executivo minoritário, já que o acordo firmado com o CDS-PP (dois eleitos) foi insuficiente para a maioria absoluta. O PS e o JPP, que totalizaram 20 deputados, chegaram então a propor uma solução de governo.
O JPP, que passou hoje para segunda força política na Madeira, elegeu 11 deputados, mais dois, com 21,05% dos votos, enquanto o PS obteve oito deputados (menos três), com 15,64%.
O Chega, que no ano passado elegeu quatro deputados, mas viu uma eleita desvincular-se do partido, obteve três mandatos, com 5,47%.
A IL conseguiu manter um deputado, com 2,17%.
Em relação à atual composição, a assembleia passou de sete para seis forças políticas, uma vez que o PAN não conseguiu reeleger a sua deputada única, ficando-se pelo 1,62% dos votos.
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