"É uma derrota das forças progressistas, e um voto de confiança que é dado pelos madeirenses a uma figura, a Miguel Albuquerque, que está a braços com problemas judiciais, enfim, e que para além de tudo isso tem o grande problema político de, na nossa ótica, evidentemente, não estar a contribuir para o desenvolvimento da Madeira como este devia ser feito, e certamente não estar a contribuir para a preservação do arquipélago no sentido ecológico", considerou Jorge Pinto, em declarações à Lusa.
O deputado e dirigente do Livre reagia ao resultado das eleições para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, nas quais o Livre voltou a não eleger.
Jorge Pinto considerou que "a realidade madeirense nos últimos 50 anos mostra que é impossível fazer qualquer comparação com a política a nível nacional", salientando que os sucessivos governos constitucionais têm tido lideranças distintas, e não apenas de um partido como acontece na Madeira.
Questionado sobre se o resultado pode enfraquecer de alguma forma o partido, a cerca de dois meses das eleições legislativas antecipadas de 18 de maio, Jorge Pinto rejeitou.
"Apesar de o nosso objetivo ser a eleição, e não conseguimos, não achamos de todo que isto enfraqueça o Livre. Na verdade, já estamos a trabalhar para que nas legislativas e nas autárquicas, o Livre/Madeira continue a sua afirmação, estamos muito confiantes com ambas as eleições, em particular com as autárquicas, onde queremos também conseguir representação em locais como a câmara do Funchal, por exemplo", afirmou.
O Livre participou pela primeira vez nas eleições regionais da Madeira em 2023 e nunca elegeu qualquer deputado.
O PSD venceu as regionais de hoje na Madeira, com 43,43% dos votos e 23 mandatos, enquanto o Juntos Pelo Povo (JPP) passou a segunda força política, com 21%, e o PS caiu para terceiro, com 15,6%.
O Chega conseguiu 5,47%, o CDS-PP 3,0% e a Iniciativa Liberal 2,17%, segundo os dados provisórios da Secretaria-Geral do Ministério de Administração Interna - Administração Eleitoral.
O PAN não conseguiu manter a deputada que tinha no parlamento, e o BE e a CDU continuaram sem conseguir regressar.
Mais de 255 mil eleitores foram hoje chamados a votar nas legislativas regionais antecipadas da Madeira para escolher a nova composição do parlamento do arquipélago, com 14 candidaturas na corrida.
Estas foram as terceiras legislativas realizadas na Madeira em cerca de um ano e meio, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega - que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) - e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.
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