"Não conseguimos atingir o objetivo político nestas eleições, que era a eleição de um deputado. Ficámos a 65 votos, embora a CDU tenha subido, subiu mais de 300 votos, subiu em votos e em percentagem comparativamente em relação às outras eleições", disse Edgar Silva à agência Lusa.
Segundo o líder comunista madeirense, "na área da esquerda é o único partido que sobe. O PS tem uma quebra brutal, o Bloco, o PAN, o Livre" também perderam votos.
"A CDU cresce, mas não consegue eleger. É negativo não termos conseguido. É o elemento que registamos como negativo", acrescentou.
Edgar Silva reconheceu "o facto [de] que o PSD sai reforçado na sua maioria", acrescentando que "o regime (...) está marcado, manchado, por uma suspeição muito grande, por uma situação estruturalmente corruptiva, está marcado por situações que são o que de pior há na democracia".
O candidato criticou também o regime de "promiscuidade total entre os negócios privados e a governação, esta situação de bandalheira que aqui se vive, esta situação de 'offshore' e de exceção, esse enclave da promiscuidade neste 'offshore' político que sai aqui legitimado".
"O PSD, precisando apenas de um deputado para conseguir uma maioria absoluta, cria uma situação que é mais difícil, esta situação de dominação completa do poder económico sobre a governação, esta situação de subjugação completa do poder político a um conjunto de grandes senhores desta terra", afirmou.
Edgar Silva sustentou, ainda, que a maioria do PSD "cria, a partir destas eleições, situações extremamente adversas para a democracia, para a credibilidade das instituições", acrescentando que cria "um quadro difícil para as oposições, um quadro adverso".
O coordenador do PCP/Madeira assegurou que a CDU mantém o seu compromisso de "continuar a lutar pela democracia, pela liberdade, pela defesa da autonomia, a defesa daqueles que são mais injustiçados".
O PSD venceu as regionais de hoje na Madeira, com 43,43% dos votos e 23 mandatos, enquanto o Juntos Pelo Povo (JPP) passou a segunda força política, com 21%, e o PS caiu para terceiro, com 15,6%.
O Chega conseguiu 5,47%, o CDS-PP 3,0% e a Iniciativa Liberal 2,17%, segundo os dados provisórios da Secretaria-Geral do Ministério de Administração Interna - Administração Eleitoral.
O PAN não conseguiu manter a deputada que tinha no parlamento, e o BE e a CDU continuaram sem conseguir regressar.
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