"Não era o resultado que desejávamos, [...] esperávamos mais, mas é um resultado que nos deu a certeza de que estamos no caminho certo", afirmou, em declarações aos jornalistas na sede nacional do Chega, em Lisboa.
André Ventura falava aos jornalistas uma hora e meia depois da hora marcada pelo partido, sem que tivesse sido dada qualquer justificação para o atraso.
O presidente do Chega disse que o partido "não subiu como gostaria de ter subido" e "teve menos votos" do que no ano passado, mas afirmou que, mesmo tendo apresentado a moção de censura que precipitou novas eleições na Madeira, "conseguiu ser, mesmo assim, a quarta força mais votada do parlamento regional e manter-se uma força que evitou a maioria absoluta do PSD".
André Ventura disse que se fosse hoje o Chega voltaria a apresentar essa moção de censura que levou à queda do Governo Regional liderado por Miguel Albuquerque, pois "passou uma mensagem firme anticorrupção".
"Nunca tive tanta certeza de que a luta contra a corrupção vale a pena, mesmo que às vezes tenha alguns custos", sustentou.
Sobre o PSD ter saído reforçado destas eleições, passando de 19 para 23 deputados no parlamento regional da Madeira, o presidente do Chega considerou ter sido "uma escolha legítima do povo" da região, da qual discorda.
"A estabilidade não pode ser feita à conta ou à custa da corrupção e do uso indivíduo do dinheiro público e do enriquecimento próprio", defendeu.
André Ventura indicou também que o Chega continua a "rejeitar qualquer entendimento, qualquer ligação ou qualquer acordo possível com Miguel Albuquerque", e defendeu que "não é mais votos ou menos votos que permitem determinar a capacidade de alguém para estar à frente do governo".
"Miguel Albuquerque e a sua equipa não têm essa capacidade, não têm essas condições e estas eleições não nos demoveram nem nos mostraram o contrário", acrescentou.
Em relação às eleições legislativas de maio, Ventura disse ter confiança de que o Chega está "no caminho certo" e vai ter "um grande resultado no dia 18 de maio".
O PSD venceu hoje as eleições legislativas regionais antecipadas da Madeira, falhando por um deputado a maioria absoluta, de acordo com os dados oficiais provisórios, com todas as freguesias apuradas.
Segundo informação disponibilizada pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, os sociais-democratas obtiveram 62.085 votos (43,43%) e 23 lugares (mais quatro) na Assembleia Legislativa Regional, constituída por um total de 47 deputados.
O CDS-PP, que já governou com o PSD e que nesta legislatura tinha um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas, tem um deputado (perdeu um), com 4.288 (3,00%).
A maioria absoluta requer 24 assentos. Em 2019 e 2023 os sociais-democratas precisaram fazer acordos parlamentares (primeiro com o CDS-PP e depois com o PAN) para atingir este número.
Após as eleições de 2024, também antecipadas, o PSD (19 deputados) formou um executivo minoritário, já que o acordo firmado com o CDS-PP (dois eleitos) foi insuficiente para a maioria absoluta.
O Chega, que no ano passado elegeu quatro deputados, obteve três mandatos, com 7.821 votos (5,47%).
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