Pedro Nuno Santos defendeu estas ideias na abertura da sessão setorial sobre Serviço Nacional de Saúde (SNS), na qual participam, entre outros, o ex-diretor executivo do SNS Fernando Araújo e a antiga diretora-geral da Saúde Graça Freitas.
"Tivemos a promessa de termos todos os portugueses com médico de família até ao final de 2025 e nós estamos ao dia de hoje a saber que temos mais 36 mil portugueses sem médico de família do que há em fevereiro do ano passado", criticou.
Apontando uma "gestão do serviço de urgências que também tem sido caótica" e "uma gestão profundamente incompetente da greve do INEM que teve resultados muito dramáticos", entre outros problemas do setor, como a dificuldade em contratar e reter profissionais de saúde, o líder do PS retirou uma conclusão.
"Esta é talvez a área, não a única, mas a área de maior falhanço de quem governa neste momento o país", acusou.
Para o líder socialista, o PS, como "partido fundador do SNS", tem uma responsabilidade "ainda maior de mostrar aos portugueses" que é possível haver "um serviço que funciona bem e que dá segurança e confiança às pessoas".
Pedro Nuno Santos referiu que houve "há um ano a promessa da AD de que era fácil e rápido resolver problemas complexos" no SNS, algo que considerou que não aconteceu e que a atual governação "acrescentou instabilidade a um setor com dificuldades".
Um dos temas mais desafiantes, de acordo com o líder do PS, é "a capacidade do SNS de recrutar e reter profissionais", apontando o "número crescente de médicos prestadores de serviços" nos vários hospitais.
Com "uma saúde em Portugal centrada no hospital" e no seu funcionamento, o líder do PS considerou que "a dimensão da prevenção tem que ganhar uma centralidade" no nosso SNS
"Temos que olhar com mais atenção para os cuidados de saúde primários e para os cuidados na comunidade", defendeu.
A saúde mental e a saúde oral são áreas que Pedro Nuno Santos defende que têm que ganhar "mais espaço" e ter "maior investimento e atenção pública", com um "maior peso no SNS"."
"Hoje é claro que as soluções que a AD trouxe não estão a funcionar. O PS tem a obrigação de apresentar as boas soluções, as boas pessoas, com competência", defendeu, considerando que os contributos das pessoas que participam neste painel são muito importantes para o partido melhorar a resposta política na saúde.
[Notícia atualizada às 17h21]
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