"Se Luís Montenegro continuar a fugir a este debate, não estará o nosso candidato a primeiro-ministro, que é o Rui Tavares, estarei eu. Esperamos que Luís Montenegro caia em si e perceba que o que está a fazer não é leal", anunciou Isabel Mendes Lopes, em conferência de imprensa na sede nacional do partido, em Lisboa.
A número dois do partido pela capital do país será a escolhida para o frente-a-frente agendado para sexta-feira, às 21:00, na TVI caso Luís Montenegro continue a "fugir destes debates" e a "contornar mais uma vez as regras do jogo".
"A obrigação mínima de Luís Montenegro é apresentar-se a debate. Nós estamos ainda à espera de uma revisão da posição de Montenegro", acrescentou.
O partido considerou que está em causa uma "fuga" do atual primeiro-ministro ao escrutínio democrático.
"Sobretudo numa altura de alterações significativas a nível internacional, é importantíssimo esclarecer o que é que o país vai fazer", afirmou Isabel Mendes Lopes, sublinhando que "o primeiro-ministro escolheu não debater com partidos específicos" - Livre, BE e PAN.
O Livre reforçou que "ainda há tempo de rever esta posição" e insistiu na vontade do partido em "debater com Luís Montenegro, com o candidato a primeiro-ministro desta coligação".
Contactada pela Lusa, fonte oficial do CDS-PP adiantou que Nuno Melo estará presente para debater com Isabel Mendes Lopes.
Em causa está a decisão da coligação AD - Coligação PSD/CDS-PP de fazer-se representar nos debates nas televisões contra Livre, BE e PAN pelo presidente do CDS-PP, Nuno Melo, e não pelo líder do PSD e atual primeiro-ministro, Luís Montenegro.
Na semana passada, o Livre apresentou uma queixa à Comissão Nacional de Eleições (CNE) e à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) contra o PSD, RTP, SIC e TVI sobre o modelo de debates televisivos, considerando que está em desvantagem.
Na segunda-feira, a ERC considerou "legítima a expectativa do partido Livre de debater com o líder do PSD e cabeça de lista da coligação PSD/CDS-PP", sustentando, contudo, que "não existe qualquer impedimento legal à indicação para participação nos debates, por parte da coligação PSD/CDS-PP, dos dois líderes partidários que a integram".
A entidade considerou que "não pode interferir ou determinar quais os líderes partidários das candidaturas que se apresentam a debate, à semelhança da posição manifestada" num parecer da Comissão Nacional de Eleições (CNE).
Os debates televisivos arrancaram na segunda-feira na TVI, com AD - Coligação PSD/CDS-PP e CDU, e terminam dia 28 de abril, com transmissão na RTP, SIC e TVI do frente-a-frente entre AD - Coligação PSD/CDS-PP e PS.
Ao todo serão 28 debates, divididos entre os canais de sinal aberto e de cabo, de acordo com o sorteio, aos quais acresce dois debates a realizar pela RTP.
[Notícia atualizada às 18h16]
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