Trabalhos terminam com indefinição à volta da liderança
A IX Convenção Nacional do BE terminou hoje sem uma liderança confirmada do partido, após um empate entre as listas de João Semedo e Catarina Martins e a de Pedro Filipe Soares na eleição para a Mesa Nacional.
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Política BE/Convenção
No final de dois dias de disputa acesa no Pavilhão do Casal Vistoso, as duas listas principais elegeram ambas 34 representantes para aquele que é o órgão máximo do partido entre convenções e de onde sairá a próxima Comissão Política.
Apesar deste empate, a linha política defendida por Semedo e Martins na "moção unitária em construção" recebeu o apoio da maioria dos delegados, com 266 votos, contra os 258 alcançados pela moção "Bloco plural".
Já as moções minoritárias "Refundar o Bloco" e "Reinventar o Bloco" elegeram respetivamente sete e quatro dos agora 79 membros da Mesa Nacional do BE.
Na intervenção de encerramento da Convenção, o coordenador da Comissão Política cessante João Semedo começou por chamar todos os eleitos para os órgãos de direção do BE e apelou ao fim da disputa interna em nome da unidade.
"A partir da cultura de unidade, a Mesa Nacional deve definir o modelo de representação pública do partido que melhor corresponda ao debate da Convenção e ao resultado das votações que aqui fizemos. É esse o nosso apelo", afirmou Semedo.
Por seu lado, Luís Fazenda, apoiante da moção de Pedro Filipe Soares, considerou que "neste momento é prematuro falar acerca do desenlace".
"No BE, a coordenação não é uma figura estatutária e será uma escolha política da Mesa Nacional", afirmou o fundador do BE aos jornalistas, notando que "há quatro moções que elegeram delegados" e "será no debate entre as quatro moções que se fará essa escolha".
No mesmo sentido, o líder parlamentar e candidato a coordenador, Pedro Filipe Soares, afirmou que cabe à nova Mesa Nacional deliberar e recusou fazer "prognósticos na política".
"A Mesa Nacional com toda a sua liberdade e capacidade decidirá sobre a Comissão Política e a par disso sobre o modelo de coordenação, será em breve e todos poderão falar sobre essa matéria", declarou.
Sobre a sua continuidade à frente dos destinos da bancada, Pedro Filipe Soares assinalou que "essa é uma tarefa como outras", que ocupa "enquanto o partido achar que vale a pena", ressalvando que isso não esteve em discussão nesta reunião magna.
Para debater a futura liderança - e o modelo de coordenação partilhada, que também dividiu na Convenção das duas principais moções - a nova Mesa Nacional já tem reunião prevista para o próximo fim de semana.
A IX Convenção aprovou também alterações estatutárias que alteram a forma de eleição da Comissão Política. De acordo com as novas regras, a Comissão Política é eleita observando a regra da paridade 50/50, "tendo em conta a proporcionalidade dos resultados eleitorais das moções apresentadas à Convenção Nacional".
Se para a Mesa Nacional se registou um empate entre as listas propostas pela Moção E e pela Moção U, na votação das moções de orientação política os delegados preferiram por oito votos a estratégia dos coordenadores cessantes.
No discurso de encerramento dos trabalhos, João Semedo prometeu que o BE irá reforçar a "luta social" e estará nas ruas em defesa dos direitos dos trabalhadores para "romper com a austeridade".
O dirigente bloquista João Semedo disse hoje que o PS terá que enfrentar o Bloco de Esquerda nas ruas se, quando for governo, disser que não tem dinheiro para aumentar salários ou baixar impostos.
Para além do Governo PSD/CDS-PP, o BE definiu como alvo o próximo governo PS "no primeiro dia em que [o secretário-geral do PS] António Costa" diga que o "não há dinheiro para criar emprego, para aumentar os salários ou baixar impostos".
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