Fonte da direção do PS tinha situado em 2004, com a eleição de José Sócrates para a liderança dos socialistas, a introdução do lugar de secretário-geral adjunto, mas António Galamba contrapôs que tal "é falso".
Segundo o membro da Comissão Política do PS, a 31 de março de 2012, a Comissão Nacional deste partido aprovou a proposta de alteração dos estatutos, especificando-se o seguinte no capítulo dedicado a uma "melhor eficácia política: Criação do cargo de secretário-geral adjunto, que, no quadro de vitória nas eleições legislativas, será preenchido por um militante sem responsabilidades governativas".
"No PS agora vale tudo, mas convém não tentar reescrever a história. A proposta foi minha", salientou António Galamba à agência Lusa.
Este artigo dos estatutos não sofreu qualquer alteração desde então e permite agora, como a agência Lusa referiu, que António Costa, caso forme Governo e seja primeiro-ministro, avance com uma proposta no sentido de o lugar de secretária-geral adjunta ser desempenhado pela líder da Federação de Setúbal do PS, Ana Catarina Mendes.
Esta proposta de passar a atual presidente da Federação de Setúbal do PS a "número dois" da direção dos socialistas será votada na primeira Comissão Nacional deste partido após a eventual tomada de posse de um executivo liderado por António Costa.
No último congresso do PS, em novembro do ano passado, na Feira Internacional de Lisboa (FIL), António Costa anunciou na sua intervenção de abertura que, se fosse nomeado primeiro-ministro, iria propor a eleição de um secretário-geral adjunto que "assegure a vitalidade da vida do partido para além da ação governativa".
Nesse seu discurso, António Costa disse o seguinte perante os congressistas: "Gostaria de anunciar desde já que, uma vez nomeado primeiro-ministro, proporei à Comissão Nacional, como os estatutos preveem, a eleição de um secretário-geral adjunto".
António Costa acrescentou então que era "fundamental" que a vida do partido prosseguisse "para além da ação governativa e que o partido não se volte, como já aconteceu muitas vezes, a estiolar no seu funcionamento, na sua vida, na sua participação democrática, quando está no exercício do poder".
Ana Catarina Mendes não faz parte do Secretariado Nacional do PS por ser incompatível no plano estatutário com as suas atuais funções de líder da Federação de Setúbal deste partido.
Porém, Ana Catarina assumiu as funções de diretora de campanha de António Costa nas eleições primárias que disputou com António José Seguro em setembro de 2014, é vice-presidente da bancada socialista e integrou a equipa negocial nas conversações com o Bloco de Esquerda, PCP e "Os Verdes" para a formação de um Governo alternativo ao da coligação PSD/CDS.