“Eu defendo a remodelação [do Governo] há um ano”, disse, acrescentando que, com Miguel Relvas, deveriam “também mandar para casa oito secretários de Estado que estão a mais” e dividir os ministérios do Ambiente e Economia.
Para o conselheiro de Estado, para as Finanças, “não basta a credibilidade internacional do actual titular, era fundamental alguém que tivesse credibilidade internacional mas que no país se acreditasse no que anda a fazer, que não é o caso, manifestamente”.
Falando aos jornalistas no final da cerimónia de apresentação do relatório 2011 sobre a monitorização da qualidade de vida urbana, no Porto, Capucho disse que “a urgência [de uma remodelação governativa] é enorme” e deveria mesmo acontecer “antes da viagem do Presidente da República [à Colômbia e ao Peru] ou logo que chegue”.
Para António Capucho, o despacho do ministro das Finanças, que proíbe novas despesas, “não tem ponta por onde se lhe pegue” e “é sintoma de um governo que já está sem norte e faz disparates desta natureza”.
Questionado se o presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, seria a pessoa certa para chefiar o país, por indicação do Presidente da República, Capucho disse que ao Governo “deve ser dada uma última oportunidade, através de uma remodelação credível, para continuar em funções”, mas “é preciso rectificar a política, porque austeridade por austeridade não leva a lado nenhum”.
“As eleições serão sempre o último recurso”, sublinhou, acrescentando que o social-democrata Rui Rio “tem condições excelentes para ter um papel relevantíssimo no PSD aquando do próximo congresso electivo”.
Depois de, durante a cerimónia, afirmar esperar que Rio não cesse a sua actividade política na Câmara do Porto e possa vir a exercer a “sua actividade em mais elevadas funções”, Capucho disse aos jornalistas desconhecer a disponibilidade do autarca para avançar para a liderança do partido.
Contudo, disse, Rui Rio “tem óptimas condições em termos de imagem pública e imagem junto dos militantes de base, pela sua personalidade própria, pelo seu sentido ético e pelo trabalho desenvolvido na Câmara”.
“Isso tem e quem é líder do PSD é candidato a primeiro-ministro, isso é um facto”, concluiu.