PSD diz que INE desmente "propaganda" do primeiro-ministro

O PSD insistiu hoje que o caminho que está a ser seguido não permitirá ao Governo cumprir com as metas traçadas, considerando que os números divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) desmentem a "propaganda" do primeiro-ministro.

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Lusa
23/09/2016 14:13 ‧ 23/09/2016 por Lusa

Política

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"O caminho que o Governo leva, conforme dizem todas as instituições internacionais, e hoje é confirmado, não permitirá cumprir as metas traçadas pelo Governo", afirmou o vice-presidente da bancada do PSD, António Leitão Amaro, em declarações aos jornalistas no parlamento, a propósito dos números agora divulgados pelo INE.

Segundo o INE, o défice das administrações públicas foi de 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre deste ano, uma diminuição face aos 4,6% registados no período homólogo.

Apesar da redução homóloga verificada, o valor do défice até junho, de 2,8% do PIB, está acima da meta do Governo para este ano, que é 2,2%, e está também ligeiramente acima da estimativa apresentada pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), cujo valor central era de 2,7% de défice na primeira metade do ano.

Referindo-se à intervenção do primeiro-ministro, António Costa, na quinta-feira, durante o debate quinzenal na Assembleia da República, Leitão Amaro sublinhou que hoje ficou claro que "a propaganda não durou 24 horas".

"A propaganda que o primeiro-ministro veio ontem trazer à Assembleia não durou 24 horas, ficou claro hoje que o crescimento abranda, as exportações estão a cair e o investimento a cair", vincou.

Questionado se entende que o primeiro-ministro "mentiu", o vice-presidente da bancada social-democrata apenas disse que "os números são evidentes" e que "foi o INE que desmentiu" António Costa.

Leitão Amaro destacou ainda a queda verificada no investimento público, com o INE a apontar para uma redução de 26%.

"É especialmente preocupante", notou.

Além disso, acrescentou, existem outros sinais que são "especialmente preocupantes", já que o Governo optou por "carregar as pressões negativas", ou seja, aquilo que agrava mais o défice, para o segundo semestre, nomeadamente a redução do IVA da restauração, a redução remuneratória dos funcionários públicos e o próprio efeito do abrandamento da economia.

 

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