"O Governo que diga quanto é que tem para aumentar as pensões, dentro dos equilíbrios delicados que atingiu. Mas o que quer que tenha para aumentar as pensões abaixo de 628 euros por mês, estamos a falar, portanto, de pensões baixas, que distribua esse dinheiro que tem para o aumento das pensões de uma forma equitativa, para todos, a partir de 01 de janeiro, não é em agosto", afirmou.
O líder nacional do PSD falava na Guarda, onde presidiu à sessão de encerramento da III Academia do Poder Local, organizada pelo PSD e pelos Autarcas Social-Democratas (ASD).
Sobre o anunciado aumento das pensões, questionou ainda, no seu discurso: "Por que é que é em agosto? Daqui até agosto não há dinheiro para pagar? O Estado só vai ter dinheiro para pagar em agosto?".
"Está bem à vista de todos que em agosto estamos na véspera da campanha eleitoral e que o Governo faz contas de cabeça com a sua maioria. Vamos dividir a democracia pelos seus beneficiários. Quantos são os pensionistas, quantos são os servidos do Estado? Podemos-lhes dar mais qualquer coisinha para a eleição? Vamos dar", disse, lembrando que "foi assim em 2009, não é novo".
"O Governo em 2009, do PS, procedeu assim. E infelizmente teve consequências muito mais graves que esperemos que não estejam no nosso horizonte agora, mas como forma de exercer o poder, diz tudo sobre aqueles que tomam estas decisões", rematou.
O presidente do PSD referiu ainda que "é preciso realmente perder todo o sentido da decência democrática para andar a organizar, a preparar benefícios sociais e aumentos para campanha eleitoral".
"Podem fazê-lo, mas fica-lhes mal. Disse ontem [sábado] e repito, eu teria vergonha de ter este comportamento democrático", afirmou.
No seu discurso falou também das várias propostas que o PSD apresentou ao Orçamento do Estado para 2017 em matérias como a descentralização, a Segurança Social e o crescimento económico.
Na Segurança Social lembrou que, este ano, o Estado "transferiu quase 600 milhões de euros dos impostos dos portugueses para o orçamento da Segurança Social" e para o ano "prevê-se que esse valor seja superior a 400 milhões de euros".
Em sua opinião, "isto significa que alguma coisa de estrutural tem de se alterar para que no futuro não haja solavancos".
Apontou que o Governo lançou um novo imposto adicional ao IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis) cuja receita é para a Segurança Social, o que significa um reconhecimento claro "de que há um problema estrutural" neste setor.
Com o novo imposto o Governo não está a impedir o desequilíbrio "está apenas a empurrar com a barriga", observou, defendendo que era bom que mostrasse vontade "para resolver o problema".