"Creio que o deputado Carlos César, como, por exemplo, o líder do PS, António Costa, tem tudo menos autoridade para estar a falar na vida interna de outro partido quando eles protagonizaram a maior golpada partidária de que há memória no nosso sistema partidário", afirmou na segunda-feira à noite no Clube dos Pensadores, em Vila Nova de Gaia, Porto.
O social-democrata frisou que "dificilmente" no PSD aparecerá "uma dupla" como Carlos César e António Costa, presidente e secretário-geral do PS, respetivamente, com o intuito de "apear" um líder que ganhou eleições.
E acrescentou: "O que quero dizer é que cada um faz a política que quer, mas é preciso ter alguma autoridade e não reconheço autoridade alguma a Carlos César ou António Costa para andarem a querer instabilidade na porta do lado quando eles fizeram o que fizeram no seu partido".
Luís Montenegro frisou que com uma "obsessão clara de poder", Carlos César e António Costa "apearam" o anterior líder do PS, depois de ter ganhado as eleições autárquicas e as eleições europeias, e fizeram-no por achar que António José Seguro ganhou por "poucochinho".
"Ora, eles depois não ganharam, perderam e não foi por poucochinho, foi por muito, e agora têm o desplante de vir mandar bitaites de mau gosto relativamente à vida do PSD", ressalvou.
"Que legitimidade tem alguém que perdeu as eleições para falar com essa pompa e presunção?", questionou.
No domingo, o presidente do PS declarou que a oposição está "depauperada" e o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, "parece tomado pelo diabo e não há candidato a exorcista (seja ele Luís Montenegro, Santana Lopes ou Rui Rio) que não lhe explique que o mundo não é assim, que não pode atacar as estatísticas e que não pode atacar toda a gente".
Luís Montenegro salientou que "não vale a pena diabolizar" nem Pedro Passos Coelho, nem o PSD porque estão "firmes e convictos" e não se vão desviar do objetivo de reformar o país e a sociedade portuguesa.
"Vamos pacientemente construir o nosso espaço de confiança junto dos eleitores e portugueses para fazermos o `tri´, ou seja, ganhar as terceiras eleições legislativas seguidas", realçou.