O que é verdade num momento poderá já não o ser no seguinte. Assim tem sido a história dos últimos dias da política nacional, que vive um verdadeiro cataclismo. As informações contraditórias acerca do hipotético desfecho da crise desencadeada pela demissão do ministro dos Negócios Estrangeiros e líder do CDS, Paulo Portas, têm vindo a multiplicar-se, deixando o País em suspenso, à espera de respostas concretas.
A título de exemplo, para ilustrar as incertezas que se respiram em Portugal, a edição de hoje do semanário Sol dá conta de que o Presidente da República, Cavaco Silva, abre mão da continuidade de Portas do Executivo, não se revestindo, portanto, a sua permanência de um carácter vital para a estabilidade governativa,
Por outro lado, o Público relata na sua edição que uma das exigências do chefe de Estado para aceitar um Governo de coligação prende-se, justamente, com a continuidade dos dois líderes dos partidos da maioria em pastas ministeriais.
Segundo o Sol, perante a efectiva saída do ministro demissionário, Cavaco impõe apenas uma condição: de que quem o venha a substituir seja um nome de “primeira linha” do partido, como o de Lobo Xavier ou o de Pires de Lima, para abraçar a pasta da Economia, a que os centristas, é sabido, tanto aspiram.
Já o Público garante que a Casa Civil da Presidência comunicou tanto ao PSD como ao CDS que só aprovaria um Governo de coligação se os respectivos líderes o continuassem a integrar.
Ambos os órgãos de informação citam fontes próximas deste processo. Ora, afinal, qual a versão mais plausível? É uma incógnita, como, aliás, o é também o futuro do País. Possivelmente, só na próxima segunda-feira, dia em que o Presidente da República reunirá com os partidos da coligação, haverá novidades. Ou não.