"Papel do marxismo não deve estar alheado do pensamento político do PS"
Deputado socialista considera que o Partido Socialista deveria assinalar os 200 anos do nascimento de Karl Marx com atividades que promovam o debate sobre o legado marxista, inclusive nos socialistas.
© Global Imagens
Política Ascenso Simões
No próximo dia 5 de maio assinalam-se os 200 anos do nascimento de Karl Marx, figura marcante do século XIX que inspirou os ideais comunistas, socialistas E social-democratas por todo o mundo.
Num artigo publicado no Ação Socialista, o deputado do Partido Socialista (PS) Ascenso Simões recupera o legado marxista do partido e considera que é fundamental assinalar a data para gerar debate interno.
Começando por afirmar que nunca se considerou marxista, Ascenso Simões recorda que no início da sua vida política, na Juventude Socialista, já se conformava “com uma leitura mais social democrata de influência alemã e sueca que, por esses anos se distanciava do grande pensador”.
No entanto, o deputado não esquece a importância do marxismo nos ideiais do PS, que “só pode ter, na sua base histórica, na sua leitura do mundo, no zoom que faz dos seus ancestrais, o pensamento político de Karl Marx”.
Por esse motivo, considera que no próximo dia 5 de maio, quando se assinalam os 200 anos do nascimento de Marx, o PS deveria promover debates “em todos os distritos em colaboração com as Universidades e Politécnicos”. “As suas vertentes, política, económica, histórica, sociológica, religiosa e principalmente filosófica, deveriam colocar, em oposição, marxistas e não marxistas do hoje, mas todos do espaço que é representado, neste nosso país, pelo PS”, prossegue.
Para o deputado socialista, “o papel do marxismo, nas suas diversas ponderações, não deve, nestes dias, estar alheado do pensamento político do PS”, sobretudo devido ao acordo existente entre os socialistas, o Bloco de Esquerda, o PCP e os Verdes, “partidos qe ainda se afirmam marxistas”.
“Estou certo que o PS ganhará com este regresso, mesmo que possam nascer novos marxistas que nos imponham novas lutas internas”, conclui Ascenso Simões.
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