Facebook: "A ideia de que Silicon Valley controla mentes é errada"

Nick Clegg já passou pelo governo britânico, pelo Parlamento Europeu e agora é o vice-presidente de Assuntos Globais do Facebook.

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Miguel Patinha Dias
03/02/2021 07:05 ‧ 03/02/2021 por Miguel Patinha Dias

Tech

Privacidade

O Facebook tem sido uma das empresas tecnológicas no centro de debates sobre privacidade e liberdade de expressão, tornando-se frequentemente o ‘alvo’ de vários grupos de defesa do consumidor e também de defensores de direitos digitais. Ainda que esteja disposto a ouvir grande parte das sugestões e críticas, Nick Clegg do Facebook considera que nem tudo é da responsabilidade da empresa tecnológica.

Clegg, um ex-membro do governo do Reino Unido e do Parlamento Europeu e hoje em dia o vice-presidente de Assuntos Globais do Facebook, aproveitou para escrever um artigo para a área de opinião do Business Insider. Neste artigo, Clegg aproveita para responder a alguns dos críticos da plataforma digital, incluindo a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Von der Leyen mostrou-se recentemente preocupada com a forma como as plataformas digitais podem ditar o que pode ou não ser dito online, indicando que o discurso nestas plataformas deve ser regido por regras democráticas. Aparentemente, esta é uma opinião que Clegg vê de forma favorável afirmando que “empresas privadas não devem tomar grandes decisões sobre o conteúdo que é aceitável”.

Clegg aproveita para elogiar o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados, “a primeira regulamentação que lida diretamente do que significa ser um cidadão na era dos serviços digitais de dados”. Clegg apela no entanto que a Comissão Europeia cria um quadro de regulamentações que ajude as plataformas digitais a saberem que tipo de conteúdo e discurso devem tolerar.

Apesar de concordar com o discurso de von der Leyen, Clegg declara ainda o seu desacordo com o CEO da Aex Springer, Mathias Dopfner. O executivo afirmou recentemente que é contra a ideia de providenciar serviços personalizados com base em dados pessoais, acreditando que “as plataformas devem ser proibidas de armazenar dados privados para usos comerciais”.

“A ideia de que a utilização de dados privados para providenciar serviços personalizados é inerentemente uma coisa má - que de alguma forma os ‘geeks’ de Silicon Valley estão a controlar as mentes dos europeus e a dizer-lhes como votar ou o que pensar - é profundamente errada”, afirma Clegg.

O executivo do Facebook aponta que o cenário descrito por Dopfner chega a ser uma “caricatura”, argumentando que a polarização ideológica - tantas vezes apontada como responsabilidade do Facebook e de outras redes sociais - já estava a escalar antes da criação do Facebook. Clegg faz-se munir de um estudo da Universidade de Stanford para argumentar este facto.

“Apesar de os algoritmos desempenharem um papel importante em ordenar o que vês nas redes sociais, os maiores sinais para determinar a proeminência do conteúdo são simples os amigos e familiares que escolhes. A caricatura que de que os utilizadores são vítimas passivas de escolhas do algoritmo tomadas por eles é simplesmente falsa”, afirma Clegg.

Leia Também: Tim Cook: "Privacidade é uma das grandes questões deste século"

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