A Amazon despediu ilegalmente duas funcionárias que apelaram a melhores condições de trabalho durante a pandemia, revelou esta segunda-feira a National Labor Relations Board (NLRB), uma agência federal independente que defende os direitos dos trabalhadores, citada pelo Guardian.
Emily Cunningham e Maren Costa, duas 'designers' informáticas e ativistas climáticas, viram os seus contratos terminados, no ano passado, depois de terem denunciado publicamente as políticas ambientais e de trabalho da gigante tecnológica.
As duas antigas trabalhadoras acusaram a empresa de comércio online de descriminação na aplicação de regras e de políticas que "assustam e coíbem" os empregados de exercer os seus direitos, de acordo com um processo interposto pelos mesmos em outubro.
A NLRB confirmou que vai apresentar queixa contra a Amazon por desrespeito do Direito do Trabalho, se o conglomerado não regularizar a situação com Maren Costa e Emily Cunningham, de acordo com o New York Times.
Estas duas líderes do coletivo Empregados da Amazon pela Justiça Climática (AECJ, na sigla em Inglês) foram despedidas há um ano, oficialmente por "infrações repetidas do regulamento interno".
Em reação, um porta-voz da Amazon disse: "Apoiamos o direito de todos os nossos empregados a criticar a condições de trabalho do seu empregador, mas isso não significa uma imunidade completa contra os nossos regulamentos internos, que são legais".
Esta notícia surge numa altura em que a empresa norte-americana se encontra sob elevado escrutínio, tendo admitido, na semana passada, que os seus trabalhadores têm de urinar em garrafas de água durante os turnos, uma acusação de um congressista norte-americano que a retalhista começou por negar.
Amazon duplicou lucros e críticas
Segundo principal empregador nos EUA, com mais de 800 mil trabalhadores, a Amazon é criticada frequentemente pelo seu comportamento em termos de responsabilidade social e ambiental por associações e vários empregados.
O mal-estar foi ampliado pela pandemia. O conglomerado fundado pelo homem mais rico do mundo quase que duplicou o seu lucro em 2020, para 21 mil milhões de dólares (18 mil milhões de euros), graças à explosão da procura em contexto de pandemia, mas os trabalhadores queixam-se de cadências infernais e riscos para a saúde.
Entretanto, um processo para a criação de um sindicato em um centro logístico no Estado do Alabama está a avançar, no que será uma novidade na Amazon nos EUA, se tiver sucesso.
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