"A Huawei continuará a defender-se contra essas alegações no Tribunal Distrital de Nova Iorque", disse a empresa de telecomunicações chinesa em comunicado divulgado hoje pela agência de notícias France Presse.
O anúncio aconteceu no momento em que a filha do fundador e diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, regressava à China, na sequência de um acordo com as autoridades para suspender o julgamento por fraude.
A juíza do tribunal federal de Brooklyn "aceitou" o acordo entre o Departamento da Justiça dos EUA e os advogados de Meng, que estava no Canadá em detenção domiciliária há três anos.
Em causa estavam acusações de mentira para contornar as sanções dos EUA ao Irão, o que poderia significar uma condenação de 30 anos de pena de prisão nos EUA.
Durante a anterior presidência norte-americana, Meng foi acusada de ter mentido para enganar bancos sobre as relações empresariais com o Irão e de ter coberto, através de uma empresa de Hong Kong (a Skycom), a venda de equipamento ao regime de Teerão, em violação das sanções norte-americanas.
A justiça norte-americana e a Huawei chegaram a um acordo que contempla o adiamento até ao final de 2022 da eventual apresentação de acusações por "fraude bancária".
A dirigente da Huawei foi acusada de "conspiração" e de ter cometido uma "fraude bancária", mas se o acordo não for contestado ou rompido até àquela data, as acusações caem.
Com a aceitação dos termos do acordo, acabaram três anos de batalha judicial e diplomática entre Pequim, Washington e Otava.
Entretanto, o Governo do Canadá anunciou na sexta-feira que foram libertados dois canadianos detidos na China desde dezembro de 2018 como retaliação pela detenção de Meng Wanzhou.
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou na sexta-feira à noite que Michael Spavor e Michael Kovrig foram libertados pelas autoridades chinesas e estão agora a caminho do Canadá.
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