Desde o golpe do general Abdel-Fattah al-Burhan, as Nações Unidas, embaixadores ocidentais, ativistas e até juízes sudaneses têm vindo a apelar para o restabelecimento da Internet.
Depois de restaurar as comunicações telefónicas durante a noite, o executivo repôs a Internet durante a tarde.
Todavia, a organização não-governamental Netblocks, com sede em Londres, que documenta a censura na rede em todo o mundo, observou que a Internet estava "parcialmente restaurada".
Os ativistas, através das redes sociais, pediram aos sudaneses que carregassem vídeos e informações sobre as manifestações de quarta-feira que mataram 15 pessoas.
Um tribunal sudanês ordenou hoje a detenção de três diretores de empresas de telecomunicações até que o serviço de Internet seja restabelecido.
Os operadores afirmaram que tinham recebido ordens das autoridades militares do país para interromper a conexão com o fim de proteger a segurança nacional após o golpe.
Desde o golpe, os serviços de Internet por cabo continuam a operar, mas o seu preço é muito alto, cerca de 441 euros por mês, o que significa que apenas algumas empresas têm acesso a este serviço.
A interrupção das comunicações também afetou o fluxo de informações sobre os protestos e a situação no Sudão, especialmente fora da capital, Cartum.
Nos últimos dias, a comunidade internacional e organizações como as Nações Unidas têm instado os militares sudaneses que perpetraram o golpe a permitir que os cidadãos protestem livremente.
Em 25 de outubro, o líder militar sudanês, o general Abdel-Fattah al-Burhan, declarou o estado de emergência e dissolveu os órgãos criados para a transição democrática no país africano, além de prender o primeiro-ministro, Abdullah Hamdok, que se encontra em prisão domiciliária.
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