Em comunicado, o instituto do Porto adianta hoje que o projeto, intitulado TERRAMETA, vai investigar tecnologias inovadoras para o 6G e apoiar o processo de transição digital do ecossistema empresarial português, através da demonstração de "superfícies inteligentes reconfiguráveis (RIS) THz [terahertz]".
"Com o avanço da transição digital fica, cada vez mais, a descoberto, a incapacidade de garantir que as tecnologias sem fios atuais respondem aos requisitos de data rate e latência adequados às necessidades das empresas e instituições", destaca o instituto.
Liderado pelo INESC TEC, o projeto, financiado em 6,3 milhões de euros pela Comissão Europeia, junta 12 parceiros europeus e prevê a realização de testes em cenários de telecomunicações.
Citado no comunicado, o investigador do INESC TEC Luís Pessoa esclarece que se "pretende demonstrar a viabilidade de redes sem fios de alto débito apoiadas por superfícies inteligentes reconfiguráveis, explorando frequências entre os 100 GHz e 300 GHz, o que está completamente alinhado com as tendências identificadas para o 6G".
Segundo o investigador, espera-se que "as superfícies inteligentes reconfiguráveis venham, num futuro próximo, a revolucionar as comunicações sem fios, uma vez que o canal de comunicações passará a ser também controlável".
"Imagine-se que no futuro todas as superfícies que nos rodeiam no dia a dia, desde chão a paredes e tetos, passam a ser inteligentes, com capacidade de computação, sensorização e apoiando as comunicações", acrescenta.
Com o projeto TERRAMETA, os investigadores tencionam transferir as tecnologias "mais recentes e inovadoras do 'hardware' THz RIS" e produzir demonstrações para a rede de comunicações THz assistida por superfícies inteligentes reconfiguráveis, em cenários de aplicações práticas.
"A rede TERRAMETA THz irá permitir, de forma inovadora, contornar o problema dos obstáculos que impedem a obtenção da linha de vista necessária para permitir a ligação sem fios a THz entre dois pontos", adianta o investigador.
Luís Pessoa acrescenta também que os avanços do projeto "podem levar ao desenvolvimento de novos produtos, nomeadamente em casos de uso dentro de cidades, residências e fábricas inteligentes".
Entre os 12 parceiros que integram o projeto, dois são portugueses, nomeadamente, a Universidade Nova de Lisboa e o Instituto de Telecomunicações.
O projeto TERRAMETA arrancou em 2023 e terá uma duração de três anos.
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