Há anos que os Estados Unidos manifestam as suas reservas contra a muito popular plataforma de vídeos de curta duração, vista como uma ameaça à segurança nacional por muitas autoridades.
Um relatório da Insider Intelligence divulgado no início do mês apontou que o TikTok, que já superou o YouTube, Twitter, Instagram e Facebook no tempo de utilização por adultos norte-americanos, persegue agora a Netflix.
Estas estatísticas mostram a importância do TikTok nos Estados Unidos, onde possui mais de cem milhões de utilizadores.
Mas a sua ligação à ByteDance preocupa as autoridades norte-americanas, que temem que Pequim utilize a rede social para aceder a dados confidenciais ou para manipular a opinião pública.
O TikTok nega estas intenções há anos, mas as tensões entre os dois países e, recentemente, a passagem de um alegado "balão-espião" chinês sobre os EUA, fizeram regressar os apelos para que a postura norte-americana permaneça firme contra a China.
Segundo fontes do WSJ, o ultimato da Casa Branca foi feito pelo Comité de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos (CFIUS), órgão governamental responsável por avaliar os riscos de qualquer investimento estrangeiro para a segurança nacional norte-americana.
O Governo e o Tesouro dos EUA recusaram-se a confirmar a informação e o TikTok não reagiu de imediato a um pedido de resposta da agência France-Presse (AFP).
O TikTok, que tem promovido muitos esforços para tranquilizar os políticos e o público norte-americano sobre a sua integridade, contava com esta agência federal para encontrar um meio-termo.
"A maneira mais rápida e eficaz de abordar estas preocupações (...) é o CFIUS adotar o acordo no qual estamos a trabalhar com eles há quase dois anos", tinha destacado um porta-voz do TikTok no final de fevereiro.
O representante do TikTok reagia na altura a um projeto de lei apoiado pelos republicanos que daria ao Presidente Joe Biden autoridade para banir completamente a rede social do país.
A Casa Branca determinou recentemente que as agências federais devem assegurar que o TikTok esteja fora dos dispositivos móveis oficiais dos seus funcionários, depois da sua proibição ter sido aprovada em lei no final de dezembro.
Vários estados e instituições académicas norte-americanas tomaram medidas semelhantes.
A empresa armazena dados de utilizadores dos EUA em servidores localizados no país, mas já admitiu que os funcionários sedeados na China tiveram acesso a estes, embora sob uma estrutura rígida e limitada, recusando que os dados tenham chegado ao Governo chinês.
No verão de 2020, o ex-Presidente Donald Trump assinou várias ordens executivas na tentativa de banir a plataforma.
Depois, a sua já considerável popularidade explodiu graças à pandemia de covid-19, atingindo além do seu público original, os adolescentes.
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