Gigante chinesa Tencent despede mais de 120 funcionários por fraude

A gigante chinesa da Internet Tencent anunciou o despedimento de mais de 120 pessoas no ano passado por violarem as regras antifraude, incluindo em casos de corrupção e peculato.

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Lusa
04/02/2024 13:00 ‧ 04/02/2024 por Lusa

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De acordo com um comunicado de imprensa divulgado na sexta-feira, "mais de 120 pessoas foram despedidas" e quase 20 foram denunciadas às autoridades, após a empresa ter detetado mais de 70 violações do código de conduta.

Alguns dos colaboradores que foram acusados de corrupção e despedidos pertenciam à filial PCG do grupo, responsável pela distribuição de conteúdos, incluindo notícias, desporto e filmes.

Outros trabalhavam no ramo de serviços médicos do grupo, setor em que a Tencent é um dos principais operadores na China, graças a várias aplicações de telemedicina.

Um dos funcionários foi condenado a quatro anos de prisão e a uma multa de 100 mil yuans (12.900 euros), principalmente por "apropriação indevida de bens" da empresa.

Há cerca de um ano, o fundador da Tencent, Pony Ma, considerou "chocante" o nível de corrupção na empresa em 2022 e prometeu medidas, de acordo com comentários então divulgados pelos meios de comunicação estatais chineses.

A Tencent é um dos gigantes da tecnologia na China, sobretudo graças à aplicação WeChat, que reúne mensagens, pagamento online, rede social, e está presente em quase todos os telefones do país.

O grupo conta atualmente com pouco mais de 100 mil funcionários.

O anúncio da Tencent ocorre após vários anos difíceis na China para os gigantes digitais. Depois de um crescimento acelerado, a partir de 2020 o setor foi afetado por regras mais estreitas impostas pelo Governo.

O valor de mercado das empresas de Internet perdeu milhares de milhões de euros devido a medidas como restrições impostas na China ao tempo de jogo online para menores de 18 anos.

A Tencent procura agora mais oportunidades no estrangeiro, nomeadamente na Europa, onde a empresa está a tentar a aquisição de participações em emblemáticos estúdios de videojogos.

Em dezembro, a China anunciou um novo conjunto de regulamentos para limitar as despesas e as recompensas que incentivam os jogos de computador, como parte das medidas para evitar a dependência.

Os regulamentos, emitidos na altura pela Administração Nacional de Imprensa e Publicação - o organismo regulador das publicações impressas e digitais - estabelecem limites de despesas com os jogos.

Em 2021, as autoridades chinesas restringiram o acesso dos menores aos jogos de computador a três horas por semana, com o objetivo declarado de "proteger eficazmente a saúde mental e física" e o "crescimento saudável" dos jovens.

A regulação fez de 2022 o ano mais difícil para a indústria de jogos da China, com uma contração das receitas.

No entanto, o mercado de jogos de computador da China voltou a crescer em 2023, com um aumento de 13% nas receitas.

Leia Também: China prolonga alerta laranja para tempestades de neve no país

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