Piratas informáticos garantem ter-se infiltrado na rede da KGB

Um grupo ativista de piratas informáticos da Bielorrússia garantiu hoje que se infiltrou na rede da principal agência de segurança do país, a KGB, e que acedeu a ficheiros pessoais de mais de 8.600 funcionários da organização.

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Lusa
27/04/2024 06:40 ‧ 27/04/2024 por Lusa

Tech

Bielorrússia

As autoridades bielorrussas não comentaram a alegação, mas o site da KGB, que ainda usa a designação soviética, abria hoje com uma página em branco e apenas a indicação de estar "em programação".

No sentido de confirmar a sua alegação, o grupo bielorrusso Cyber-Partisans publicou uma lista dos administradores do site, a sua base de dados e registos de servidor no seu canal no Telegram.

A coordenadora do grupo, Yuliana Shametavets, disse à agência Associated Press, de Nova Iorque, que o ataque à KGB "foi uma resposta" ao chefe da agência, Ivan Tertel, que esta semana acusou publicamente o grupo de estar a planear ataques a infraestruturas críticas do país, incluindo a uma central nuclear.

"A KGB está a conduzir a maior repressão política da história do país e deve responder por isso. Trabalhamos para salvar as vidas dos bielorrussos e não para destruí-los, como fazem os repressivos serviços especiais do país", acusou Shametavets.

Na semana passada, os Cyber-Partisans disseram ter entrado nos computadores da maior fábrica de fertilizantes do país para pressionar o governo para libertar prisioneiros políticos.

A empresa estatal Grodno Azot não comentou a alegação, mas a sua página encontra-se indisponível desde 17 de abril.

A Bielorrússia, um aliado próximo da Rússia, foi abalada por protestos massivos após uma eleição controversa em 2020 que deu ao presidente autoritário Alexander Lukashenko o seu sexto mandato numa votação denunciada como fraudulenta pelo Ocidente e pela oposição.

As autoridades ripostaram com a detenção de mais de 35 mil pessoas e muitas figuras importantes da oposição foram condenadas a longas penas de prisão, enquanto outras exilaram-se no estrangeiro.

OS Cyber-Partisans levaram a cabo vários ataques em grande escala a meios de comunicação estatais bielorrussos nos últimos quatro anos e, em 2022, invadiram três vezes o sistema das ferrovias do país e assumiram o controlo dos seus semáforos e sistemas de controlo, paralisando o trânsito de equipamento militar russo para a frente de combate na Ucrânia através da Bielorrússia.

Leia Também: Coreia do Sul acusa regime norte-coreano de ataques informáticos à Defesa

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