As autoridades bielorrussas não comentaram a alegação, mas o site da KGB, que ainda usa a designação soviética, abria hoje com uma página em branco e apenas a indicação de estar "em programação".
No sentido de confirmar a sua alegação, o grupo bielorrusso Cyber-Partisans publicou uma lista dos administradores do site, a sua base de dados e registos de servidor no seu canal no Telegram.
A coordenadora do grupo, Yuliana Shametavets, disse à agência Associated Press, de Nova Iorque, que o ataque à KGB "foi uma resposta" ao chefe da agência, Ivan Tertel, que esta semana acusou publicamente o grupo de estar a planear ataques a infraestruturas críticas do país, incluindo a uma central nuclear.
"A KGB está a conduzir a maior repressão política da história do país e deve responder por isso. Trabalhamos para salvar as vidas dos bielorrussos e não para destruí-los, como fazem os repressivos serviços especiais do país", acusou Shametavets.
#belarus #kgb got hacked by @cpartisans. The KGB website is down for 2months. KGB database leaked on our tg channel https://t.co/64lo0JPf4i pic.twitter.com/gmWeXtj3Xr
— Belarusian Cyber-Partisans (@cpartisans) April 27, 2024
Na semana passada, os Cyber-Partisans disseram ter entrado nos computadores da maior fábrica de fertilizantes do país para pressionar o governo para libertar prisioneiros políticos.
A empresa estatal Grodno Azot não comentou a alegação, mas a sua página encontra-se indisponível desde 17 de abril.
A Bielorrússia, um aliado próximo da Rússia, foi abalada por protestos massivos após uma eleição controversa em 2020 que deu ao presidente autoritário Alexander Lukashenko o seu sexto mandato numa votação denunciada como fraudulenta pelo Ocidente e pela oposição.
As autoridades ripostaram com a detenção de mais de 35 mil pessoas e muitas figuras importantes da oposição foram condenadas a longas penas de prisão, enquanto outras exilaram-se no estrangeiro.
OS Cyber-Partisans levaram a cabo vários ataques em grande escala a meios de comunicação estatais bielorrussos nos últimos quatro anos e, em 2022, invadiram três vezes o sistema das ferrovias do país e assumiram o controlo dos seus semáforos e sistemas de controlo, paralisando o trânsito de equipamento militar russo para a frente de combate na Ucrânia através da Bielorrússia.
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