A galáxia em questão é a JADES-GS-z14-0, descoberta em 2024 e cuja luz demorou 13,4 mil milhões de anos a chegar à Terra (a idade estimada do Universo é 13,8 mil milhões de anos).
A deteção de oxigénio nesta galáxia, graças ao radiotelescópio ALMA, operado em parte pelo OES, "faz com que os astrónomos tenham de repensar sobre quão rápido as galáxias se formaram no Universo primordial", refere o observatório em comunicado.
Segundo o OES, as galáxias "começam normalmente as suas vidas repletas de estrelas jovens", sendo principalmente constituídas por elementos químicos leves, como o hidrogénio (o mais abundante no Universo) e o hélio (gás mais leve do que o ar).
À medida que evoluem, as estrelas são formadas no seu interior por elementos mais pesados, como o oxigénio, que "acabam dispersos pela galáxia quando as estrelas morrem".
Os astrónomos pensavam que, com 300 milhões de anos, o Universo era ainda demasiado jovem para ter galáxias com elementos químicos pesados.
Contudo, as observações feitas com o ALMA, e detalhadas em dois estudos a publicar nas revistas científicas The Astrophysical Journal e Astronomy & Astrophysics, revelam que a galáxia JADES-GS-z14-0 tem "cerca de 10 vezes mais elementos pesados do que o esperado".
"A prova de que uma galáxia está já bastante madura num Universo ainda muito primordial levanta questões sobre quando e como é que as galáxias se formaram", afirma, citado no comunicado do OES, o astrónomo italiano Stefano Carniani, coautor de um dos estudos.
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