Com uma dívida de 260 mil milhões de euros, superior ao Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal, o grupo privado luta há várias semanas para honrar o pagamento de juros e a entrega de apartamentos.
Mas a Evergrande continua à beira da falência e a sua potencial falência pode abalar o setor imobiliário chinês, ou mesmo a economia do país e do mundo.
Em reunião, o Banco Popular da China (banco central) pediu às instituições financeiras que "estabilizem os preços dos terrenos e das casas" e "não usem o imobiliário como forma de estimular a economia no curto prazo", segundo um comunicado emitido pela instituição.
A mesma fonte enfatizou que a "habitação é usada para habitação e não para especulação".
O sumário da reunião, realizada com o regulador bancário e de seguros, não menciona especificamente a Evergrande.
Mas é um sinal de que as autoridades estão preocupadas com as repercussões de uma possível falência da construtora no setor imobiliário, que foi já atingido, nos últimos meses, por um aperto regulatório, com o objetivo de conter o aumento dos níveis de endividamento das suas empresas.
O Governo chinês ainda não indicou se pretende ou não intervir para ajudar ou reestruturar o grupo.
No entanto, há indícios de que as autoridades pretendem impedir qualquer manifestação de descontentamento.
Vários grupos de discussão sobre o tema na rede social WeChat, que reúnem investidores ou proprietários de apartamentos prejudicados pela queda da Evergrande, foram excluídos ou bloqueados desde segunda-feira, segundo a agência France Presse.
Centenas de pessoas manifestaram-se, nas últimas semanas, em frente aos escritórios da Evergrande, em várias regiões do país, para exigir a conclusão das obras ou o reembolso das verbas já pagas.
"Vários membros do nosso grupo no WeChat foram convocados pela polícia" em Shenzhen, a cidade do sul da China onde a Evergrande tem sede, disse um investidor, citado pela AFP.
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