Ministra lamenta "morte precoce" e destaca "paixão pelo que fazia"

A ministra da Cultura, Graça Fonseca, lamentou hoje "a morte precoce" de Bruno Navarro, presidente do conselho diretivo da Fundação Côa, destacando "a sua paixão pelo que fazia, como o património cultural que tão bem guardou".

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Lusa
31/01/2021 11:29 ‧ 31/01/2021 por Lusa

Cultura

Óbito/Bruno Navarro

 

"A sua morte precoce choca-nos, mas o seu trabalho e a sua paixão pelo que fazia, como o património cultural que tão bem guardou e deu a conhecer com novos rumos, lança uma forte luz sobre os caminhos a seguir. É este o profundo reconhecimento que a Cultura portuguesa lhe deve", disse Graça Fonseca, numa nota de pesar enviada hoje.

A governante frisa que mandato de Bruno Navarro à frente da Fundação Côa Parque constituirá sempre um marco na história da instituição, seja pela extrema competência e dedicação com que exerceu o cargo, seja pelo legado que deixa.

"Esta instituição de referência da cultura portuguesa, onde o seu trabalho permitiu aliar a salvaguarda do património cultural português à inovação, à ciência e tecnologia e, também, à arte contemporânea. Esta enorme responsabilidade que assumiu foi sempre concretizada com dedicação, diligência e maturidade, mas também com ânimo, energia e exemplo de liderança para todos os que com ele trabalhavam", pode ler-se na nota enviada pelo Ministério tutelado por Graça Fonseca.

Segundo a ministra da Cultura e fazendo jus ao seu percurso profissional, Bruno Navarro destacou-se com um trabalho consistente e sustentado na atualização, inovação e modernização da Fundação Côa Parque e do Museu do Côa, situados em Vila Nova de Foz Côa, distrito da Guarda.

"Recentemente, o seu trabalho e a sua perseverança foram fundamentais para o lançamento do programa especial do Parque Arqueológico do Vale do Côa, na data em que se assinalou o vigésimo segundo aniversário da inscrição dos Sítios de Arte Rupestre do Vale do Côa na Lista do Património Mundial da UNESCO", vincou.

Para a tutela, a Fundação Côa Parque e o Parque Arqueológico do Vale do Côa, lugares centrais da cultura portuguesa, são, hoje, espelho e legado de um historiador e dirigente público que dedicou a sua vida ao conhecimento, ao exercício nunca fútil da memória e à defesa do património cultural nacional.

Bruno Navarro morreu no sábado, aos 44 anos, vítima de "doença súbita", disse à Lusa o diretor Regional de Cultura do Norte, António Ponte.

Bruno Navarro foi nomeado presidente do Conselho de Administração da Côa Parque - Fundação para a Salvaguarda e Valorização do Vale do Côa, em 26 de junho de 2017.

Natural de Coimbra, Bruno José Navarro Marçal, licenciou-se em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, instituição onde conclui também o seu Mestrado em História Contemporânea, tendo sido investigador do Centro de História da Universidade de Lisboa.

Na sua carreira de investigador passou também pelo Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia, onde frequentou o Programa Doutoral de História, Filosofia e Património da Ciência e da Tecnologia, na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.

Foi professor no Instituto Superior de Ciências Educativas, integrando ainda o corpo docente de cursos pós-graduados da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.

Com um percurso político ligado a Vila Nova de Foz Côa, Bruno Navarro foi deputado à Assembleia Municipal e membro da Assembleia da Comunidade Intermunicipal do Douro.

Desempenhou ainda funções na Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa, acompanhando as áreas educativa e cultural.

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