Durante a apresentação da Temporada 2022-2023 do Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, o presidente do Conselho de Administração do CCB, Elísio Summavielle, começou por destacar a mudança nos hábitos culturais que a pandemia introduziu e que se refletiu numa "perda de afluência de público aos espetáculos".
Essas "quebras muito grandes", que rondaram os 40%, sentiram-se inclusivamente em áreas consolidadas, como os concertos de orquestras", lamentou.
Ao fim de dois anos de pandemia e um ano de "retoma possível, (...) estamos aquém do desejável. A nossa meta é atingir os níveis de 2019", acrescentou.
Esse caminho está a ser feito, não só através da "oferta diversificada de 126 atividades culturais", mas também através da extensão dos descontos para públicos mais jovens e para grupos mais frágeis, como desempregados e pessoas com necessidades especificas, adiantou a administradora Madalena Reis.
"Este ano tivemos também um acréscimo brutal em energia, que nos obriga a um grande esforço, mas que nos conduz a um investimento que é o das energias solares e renováveis. Estamos a ver que tipo de apoios públicos podemos ter. mais do que nunca é necessário", afirmou Elísio Summavielle.
Sobre a expansão do CCB, com a construção dos módulos 4 e 5 -- que inclui um hotel -- que traria novas fontes de financiamento, o presidente do conselho de administração afirmou que "a pandemia gorou a intenção de concluir o projeto".
Para já é necessário que seja aprovado o novo Pedido de Informação Prévia, e só então será relançado o concurso para a construção dos módulos.
Elísio Summavielle destacou ainda que "a conjuntura está complicada para a construção: está em causa o custo da obra, houve um aumento brutal do valor dos materiais de construção".
No entanto, garante que o projeto é para continuar e espera "ver ainda [durante o mandato] a assinatura de um contrato, mas a construção e a inauguração já não".
Em abril deste ano, Elísio Summavielle foi reconduzido no cargo de presidente do conselho de administração do CCB para um terceiro mandato, o que aceitou como "uma solução de continuidade" para liderar a instituição, conforme disse na altura.
O mandato tinha terminado em março, mas Elísio Summavielle decidiu aceitar o convite que lhe foi endereçado pelo ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, para continuar na instituição que dirige desde 2016.
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