"Spectrum não pode ser descrito como uma peça de teatro, mas uma experiência de fruição estética visual e sonora, onde cada espetador é convidado a mergulhar numa pós-realidade onde o ser humano interage e aprende a conviver com o universo virtual", salientou a companhia, em comunicado enviado à agência Lusa.
A ASTA, que estreia a nova criação na sexta-feira, às 21:30, no New Hand Lab, na Covilhã, com reposição no dia seguinte, tenciona propor uma visão sobre como poderá ser a relação entre o ser humano e a máquina, fazendo um exercício sobre essa convivência nas artes de palco.
"O futuro das artes passará por termos atores de carne e osso a interagir com as máquinas", sublinhou, citado na mesma nota, o encenador, Rui Pires, segundo o qual a reação mais inteligente a esse desafio do virtual é perceber que não se pode evitar que as ondas rebentem na praia, mas pode-se aprender a nadar nelas.
De acordo com a companhia, Spectrum não faz juízos de valor e pode ser visto "como uma alegoria moderna da caverna de Platão, onde o ser humano se confronta com um novo patamar da evolução da espécie e aprende a lidar com uma realidade nova e desafiante".
Em palco, o ator Edmilson Gomes vai contracenar com várias ferramentas multimédia, num palco com ecrãs de televisão, slides, projeção de vídeo, mapeamento de movimento corporal a acompanhar as coreografias, música, vídeo e dança.
"Não imagino ser possível a substituição do elemento humano em cima de um palco, mas antevejo que o futuro passa por uma colaboração entre ele e a tecnologia disponível", referiu Rui Pires.
O encenador frisou que o propósito da ASTA é também desafiar o espetador a procurar perceber "qual será o seu lugar no virtual mundo novo".
A companhia destacou ter preparado um espetáculo imersivo, onde a narrativa "é construída a partir dos sentidos".
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