Meteorologia

  • 16 SEPTEMBER 2024
Tempo
27º
MIN 21º MÁX 36º

Camões como inspiração do Romantismo em exposição do Museu de Arte Antiga

Os desenhos preparatórios da pintura "A Morte de Camões", de Domingos Sequeira (1768-1837), vão estar no centro de uma exposição dedicada ao poeta do século XVI a inaugurar em julho no Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), em Lisboa.

Camões como inspiração do Romantismo em exposição do Museu de Arte Antiga
Notícias ao Minuto

19:11 - 06/06/24 por Lusa

Cultura Museu de Arte Antiga

Intitulada "Épico e Trágico - Camões e os Românticos", a exposição, comissariada pelas historiadoras de arte Alexandra Markl e Raquel Henriques da Silva, irá evocar o contexto em que o poeta foi transformado em figura mítica para o Romantismo português, indicou hoje o museu à agência Lusa.

A exposição irá decorrer desde meados de julho até ao final de setembro, no quadro das comemorações dos 500 anos do nascimento de Luís de Camões (1524-1580), autor d'"Os Lusíadas".

No centro da exposição estará um conjunto de desenhos preparatórios do artista Domingos Sequeira para a pintura "A Morte de Camões", exposta em 1824 no Salão de Paris, depois enviada para o Rio de Janeiro e oferecida ao imperador Pedro I (Pedro IV de Portugal), e que chegou a ser novamente vista em França, mas cujo paradeiro é atualmente desconhecido, segundo o MNAA.

Os desenhos preparatórios -- provenientes do MNAA, do Museu Nacional Soares dos Reis e de coleções particulares - evocam o poeta nos últimos momentos de vida, recebendo a notícia da derrota do rei Sebastião na batalha de Alcácer Quibir, em Marrocos.

Na mesma exposição estarão obras de Francisco Vieira Portuense (1765-1805) que ilustram cada um dos 10 cantos da epopeia, num projeto para uma grandiosa edição que não chegaria a ser concretizada.

Desde finais do século XVIII, Camões e a sua vida aventurosa tornaram-se motivo literário e artístico, e alguns temas d'"Os Lusíadas" conheceram crescente divulgação internacional, contextualizados por uma cultura pré-romântica que também vai inspirar artistas como o portuense Francisco José Resende (1825-1893) e o mestre do Realismo Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929), autor da pintura "Camões e as Tágides" (1894).

O conjunto de obras a ser exposto no MNAA a partir de meados de julho tem como objetivo recordar o arranque do romantismo na arte portuguesa, comprometido com a celebração da história nacional e dos seus heróis.

Os temas camonianos, incluíndo as lendas associadas aos últimos momentos do poeta, continuaram a ter eco e a ser abordados, durante todo o século XIX, tanto por pintores portugueses como por alguns europeus.

Leia Também: Museu Francisco Tavares Proença Júnior expõe 'Uma Poética Resistente'

Recomendados para si

;
Campo obrigatório