Em declarações à Lusa, a vereadora com o pelouro da Cultura no município de Foz Côa, Ana Filipe, disse que esta instalação imersiva é, na sua opinião, a mais marcante das obras da artista portuguesa.
"A instalação 'Jardim do Éden' fará parte do 1.º Congresso Internacional Tempos do Barroco: Cenário de Mesa, que decorrerá nesta cidade do Douro Superior, entre quinta-feira e sábado, e onde Joana Vasconcelos será a primeira oradora", indicou a autarca.
Ana Filipe destacou o facto de ser um trabalho imponente não só para Foz Côa, mas também para o interior do país, já que se trata de uma artista de renome internacional.
A exposição estará patente no Centro Cultural de Vila Nova de Foz Côa, no distrito da Guarda, até ao final do ano.
"Através do fluxo luminoso e dos motores síncronos, as flores artificiais dispostas em forma de labirinto produzem um efeito cinético semelhante ao produzido pela fibra ótica. Ao mesmo tempo perceciona-se uma suave trilha sonora - que alude ao canto de dezenas de pequenos insetos - produzida pelo som mecânico das respetivas máquinas em funcionamento", pode ler-se num texto sobre "Jardim do Éden" divulgado pelo ateliê da artista.
No mesmo texto, pode ler-se que "o percurso neste paraíso onírico expõe a artificialidade da natureza através de uma inusitada experiência ótica, unicamente possível devido à exigência da sua apresentação num espaço interior privado de luz natural".
Em Portugal, a peça "Jardim do Éden" esteve patente no Museu da Eletricidade, em Lisboa, em 2009, no âmbito da exposição "Remade in Portugal", tendo já passado pela Bienal de Veneza e pelo recém-inaugurado museu de arte contemporânea de Malta.
Segundo Ana Filipe, trata-se de um "orgulho" ter a Joana Vasconcelos e o seu trabalho neste concelho.
Joana Vasconcelos, nascida em 1971, conta com uma carreira de mais de três décadas, que se caracteriza pela descontextualização de objetos do quotidiano e pela apropriação do artesanato tradicional, que adapta ao século XXI para questionar temas como o papel da mulher, a sociedade de consumo e a identidade cultural.
Vasconcelos representou oficialmente Portugal na Bienal de Arte de Veneza, em 2013, levando um cacilheiro transformado em obra de arte ao recinto principal da mostra internacional contemporânea.
Foi a primeira artista mulher e a criadora mais jovem a apresentar o seu trabalho no Palácio de Versailles, numa mostra individual, e tem levado a sua produção a instituições como o Museu Guggenheim Bilbao, o Palácio Pitti e as Galerias Uffizi, entre outras.
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