Ministra da Cultura vai a Vila Real a 29 de janeiro reunir-se com companhia Filandorra

A ministra da Cultura revelou hoje que se vai reunir em 29 de janeiro com a companhia de teatro Filandorra, de Vila Real, que se manifestou publicamente por ficar de fora do financiamento da Direção-Geral das Artes (DGArtes).

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© Horacio Villalobos#Corbis/Getty Images

Lusa
24/01/2025 19:09 ‧ há 5 horas por Lusa

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"Dia 29 de janeiro terei todo o gosto de me deslocar a Vila Real e estabelecer esse diálogo. É importante que ninguém fique para trás e que nós saibamos auscultar as razões. O senhor diretor geral da Direção-Geral das Artes, doutor Américo Rodrigues, tem estado em diálogo permanente comigo", afirmou Dalila Rodrigues aos jornalistas, em Terras de Bouro, distrito de Braga.

 

Em 16 de janeiro, atores e diretor da Filandorra vestiram-se de negro e protestaram, em Vila Real, contra a exclusão da companhia de financiamento pelo programa bienal de Apoio Sustentado às Artes, que dizem assentar em erros e irregularidades.

À margem de uma reunião com os autarcas da Comunidade Intermunicipal (CIM) Cávado, que abrange os concelhos de Amares, Braga, Barcelos, Esposende, Terras de Bouro e Vila Verde, a ministra foi questionada pelos jornalistas sobre este protesto.

"Aproveito para dizer que o Ministério da Cultura garantiu a estabilidade a todas as estruturas que estão a ser apoiadas através da Direção Geral das Artes. Não há um aumento significativo porque estamos, através de novas políticas de Cultura, a valorizar outros equipamentos, e por isso estou aqui [em Terras de Bouro]. Por exemplo, a rede portuguesa de teatros e cineteatros tem uma dotação orçamental de 6,75 milhões de euros, as bibliotecas têm uma dotação orçamental de zero euros", sublinhou a ministra.

Dalila Rodrigues disse que o Governo quer, até ao fim da legislatura, dotar de biblioteca os cinco municípios do país (dos 308) que ainda não dispõem deste equipamento cultural: Aljezur, Vila Viçosa, Marvão, Terras de Bouro e Calheta, na ilha de São Jorge, Açores.

Segundo a ministra, "é muito provável" que Terras de Bouro "seja o único município que implicará uma construção de raiz", o que impõem "arranjar financiamento adequado" para cumprir esse objetivo.

"Tenho de criar um equilíbrio. Se quero chegar a todo o território, e já tive a ocasião de visitar municípios que não têm [biblioteca], os cinco municípios já estão mobilizados com o entusiasmo e a abertura necessários para que, ou a reabilitação ou a construção de raiz aconteça e, portanto, tenho de equilibrar na dotação orçamental do Ministério da Cultura todos os equipamentos", explicou a governante.

A ministra da Cultura assumiu ser "uma grande defensora da biodiversidade para a Natureza", lembrando que "a monocultura esgota os solos", fazendo uma analogia com a Cultura.

"É assim na Cultura também. Estamos aqui em conjunto com as diversas comunidades, porque os senhores presidentes de município representam essas comunidades de que o país é feito. E o Ministério da Cultura não vai ficar encerrado numa torre de marfim, de todo. É agir em todo o país. Auscultar e construir a partir do diálogo são dois princípios que estruturam as políticas de cultura, atuais", disse Dalila Rodrigues.

A ministra realizou hoje em Terras de Bouro a primeira de 22 reuniões previstas ocorrerem ao longo do ano no país, para "ouvir e auscultar" os presidentes de Câmara sobre a vida cultural de cada município, e para propor medidas e parcerias, como transformar a biblioteca municipal em Unidade Cultural de Território, com várias valências.

"Tivemos a possibilidade de partilhar com a senhora ministra aquilo que são as múltiplas dinâmicas, as ambições, os projetos que estamos a desenvolver, que são muito diversos e muito ecléticos, mas muito qualificados neste território, nos seis municípios. Há da parte de todos os seis municípios um compromisso muito grande com a dinamização cultural enquanto instrumento de competitividade dos nossos territórios", sublinhou Ricardo Rio (PSD), presidente da câmara de Braga, que falou como presidente da CIM Cávado, ladeado pelos restantes autarcas.

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