Festival Monstra é há 25 anos ponto de encontro do cinema de animação

O Festival de Animação de Lisboa -- Monstra, que começa na quinta-feira, cumpre 25 anos e celebra a vitalidade do cinema português de animação, propondo, este ano, mais encontros e diálogo entre artistas.

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Lusa
19/03/2025 13:34 ‧ há 8 horas por Lusa

Cultura

Festival Monstra

A Monstra vai decorrer de 20 a 30 de março em vários espaços de Lisboa, mas estará sobretudo concentrada no Cinema São Jorge com uma série de iniciativas em torno do cinema de animação português e estrangeiro, com sessões de cinema, exposições, oficinas, masterclasses e debates.

 

"Este lado transnacional, e ao mesmo tempo transversal, que o festival tem na sua programação penso que vai ao encontro desses objetivos, de mostrar outras culturas através dos filmes e mostrar a possibilidade de diálogos entre os diferentes autores e criadores", afirmou à agência Lusa o diretor da Monstra, Fernando Galrito.

Nessa vertente de ponto de encontro do setor, a Monstra vai ter, por exemplo, uma sessão em que produtores e estúdios de animação apresentam projetos em desenvolvimento, outra de balanço de 25 anos do festival e outra ainda para potenciar coproduções entre Portugal e Espanha.

Haverá ainda 'masterclasses', como a da realizadora Regina Pessoa, com lotação já esgotada, a do estúdio português de design de som Sound Particles -- presente em Hollywood -, e a do animador e artista visual José-Manuel Xavier, que tem tido uma participação regular na Monstra.

"É um jovem de quase 80 anos que vem de uma família de ourives, que estudou na António Arroio, que no final dos anos 1950 emigrou para França, onde ainda vive. Fez lá toda a carreira dele, trabalhou com grandes mestres franceses. A partir do ano 2000, ele regressou, artisticamente falando, a Portugal, voltou a interessar-se em fazer coisas relacionadas com Portugal. E tem colaborado com a Monstra", resumiu Fernando Galrito sobre José-Manuel Xavier.

A sessão de abertura da Monstra contará com cinco curtas-metragens, entre as quais "Mind the Gap", de Xavier, a partir de uma obra homónima do compositor Luís Tinoco, e na competição portuguesa estará outro filme do autor, intitulado "Saudade, talvez...".

Na Sociedade Nacional de Belas Artes já está patente a exposição "Outros movimentos", dedicada à obra de José-Manuel Xavier em gravura, desenho, pintura.

Da programação de cinema, Fernando Galrito sublinha o crescimento da produção de animação portuguesa, com uma competição de curtas-metragens que teve de ser desdobrada em duas sessões, dada a quantidade e qualidade de filmes apresentados.

Da competição fazem parte, entre outros, "Veni Vidi Non Vici", de Leonor Calaça, "que expõe a brutalidade das práticas da tauromaquia em Portugal", "A cada dia que passa", de Emanuel Nevado, animador que trabalha nos estúdios Aardman, o premiado "Percebes", de Alexandra Ramires e Laura Gonçalves, "Sequencial", de Bruno Caetano, e o filme experimental "Nenúfares", de Maria Lima.

Alguns dos filmes candidatos ao prémio Vasco Granja, de melhor 'curta' portuguesa, estão também na competição internacional de curtas-metragens. São eles "A menina com os olhos ocupados", de André Carrilho, "Percebes", "The Hunt", de Diogo Costa, "Sequencial", "Reason and Impulse -- Disappear", de Ala Nunu, e "Amanhã não dão chuva", de Maria Trigo Teixeira.

Na competição de longas-metragens estão seis filmes: "Selvagens", de Claude Barras, "Rock Bottom", de Maria Trénor, "As cores interiores", de Naoko Yamada, "Um barco no jardim", de Jean-François Laguionie, "Sanatório sob o Signo da Clepsidra", de Stephen Quay e Timothy Quay, e "O caminho das sombras", de Yves Netzhammer.

Este ano, o país convidado da Monstra é a Áustria e na vertente de exposições o destaque vai para a mostra dedicada à produtora norte-americana Laika, no Museu da Marioneta, com mais de 600 objetos e artefactos do estúdio de onde saíram filmes como "Coraline e a porta secreta", "Paranorman", "Mr. Link" e a próxima produção, "Wildwood".

Na Cinemateca Portuguesa está patente uma exposição que assinala dez anos do estúdio português Cola -- Coletivo Audiovisual.

Sobre os 25 anos de existência de um festival que mostra cinema de animação para todos os públicos, há ainda um balanço em números na página oficial: "Mais de um milhão de espectadores, distribuídos por cerca de 12.500 filmes e 3.000 sessões. O festival foi visitado por mais de dois mil criadores, realizadores e animadores, com cerca de três dezenas de nomes indicados aos Óscares".

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