A mostra ficará patente até 15 de maio, tem curadoria de Manuel d'Olivares, e conta ainda com obras da artista de origem japonesa Adoka Niitsu, que tem um percurso de investigação sobre a evolução dos media e do seu impacto, e com a escultora espanhola Charo Carrera, artista multidisciplinar que se apresenta comprometida com "a natureza, o ser humano e os seus conflitos".
Cristina Ataíde, licenciada em Escultura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, tem um trabalho feito de "imagens de silêncios, pensadas contra o Silêncio", como escreveu o curador João Pinharanda, a propósito da sua exposição "Ser Linha Ser", que esteve patente na Fundação Carmona e Costa.
Ataíde expõe com regularidade desde 1984, trabalhou com criadores como Anish Kapoor e Michelangelo Pistolleto, e está representada em coleções públicas e privadas, como Fundação Calouste Gulbenkian, Biblioteca do Vaticano e Museu Afro Brasil.
O trabalho de Maria José Oliveira, segundo a sua biografia, desenvolveu-se primeiro em cerâmica, expandindo-se ao desenho, à colagem, joalharia, escultura e instalação, "destacando-se sempre a sua dupla atenção à natureza e ao corpo enquanto conceitos, matérias, suportes e modelos". Está também representada na coleção Gulbenkian, na Culturgest, entre outros museus e acervos particulares. Em 2017 fez uma retrospetiva de 40 anos da sua obra, na Sociedade Nacional de Belas Artes (SNBA), em Lisboa.
A escultura também marca a obra de Beatriz Cunha, formada nesta disciplina pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, e em Joalharia Contemporânea pelo Ar.Co - Centro de Arte e Comunicação Visual, assim como o percurso de Rui Matos, antigo bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, que teve na Fundação D. Luis, em Cascais, no Colégio das Artes, em Coimbra, e no Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto, algumas das suas mais recentes exposições.
A obra de Mário Rita traduz-se na Pintura, em que se formou pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. O artista, que recentemente abriu a sua casa-atelier em Sintra, no antigo edifício da Sociedade União 1.º de Dezembro, expõe regularmente desde 1983.
Rui Mourão, artista visual e investigador em estudos artísticos, privilegia a videoarte em relação com antropologia audiovisual, instalação e performance. Estudou artes na Universidade Autónoma de Barcelona e no Centro de Estudos Cinematográficos da Catalunha, na Escola Maumaus, em Lisboa, e na Academia de Artes de Malmö, na Suécia. Foi premiado pela Associação Portuguesa de Antropologia para melhor Ensaio Audiovisual (2019) e finalista do prémio de videoarte do Euro Fest -- European International Film Festival.
A exposição 'Silêncios' tem lugar num antigo convento de clausura, vindo do ano de 1681, um dos poucos edifícios sobreviventes ao Terramoto de 1755.
Habitado desde a origem, preserva uma coleção extensa de arte sacra e de artes decorativas, conservada ao longo dos séculos, que constituem o acervo principal do museu, coordenado pelo historiador Mário J.F. Gomes.
"O que dá mais alegria a este convento", no entanto, é "a obra iniciada no século XIX e que ainda hoje se mantém viva: o acolhimento de pessoas com necessidades especiais, que aqui têm a sua casa, a sua família", como se lê no 'site' da instituição.
Em 1877, o Convento dos Cardaes foi cedido à Associação Nossa Senhora Consoladora dos Aflitos, "que mantém o cuidado a tempo inteiro de 35 mulheres cegas [...], contando com a ajuda de técnicas, auxiliares e de voluntárias externas".
A associação é também responsável pela administração, conservação do património e animação cultural do Convento dos Cardaes, que compreende visitas guiadas regulares, aos domingos. O museu encerra às terças-feiras.
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