No álbum, gravado em finais do ano passado, Rodrigo Serrão utiliza um instrumento denominado 'chapman stick' que define da seguinte forma: "Imagine um piano, uma guitarra, um contrabaixo e uma harpa todos combinados num único instrumento".
Rodrigo Serrão, que acompanhou, entre outros, a fadista Katia Guerreiro, é o primeiro músico português a utilizar o 'chapman stick', instrumento criado pelo músico de jazz Emmett Chapman, nascido há 80 anos nos Estados Unidos, embora o primeiro português a ter um tenha sido o músico Ricardo Mendes, 'stickista' do Porto.
Sobre este trabalho discográfico, o compositor e produtor explicou que partiu do repertório clássico e de peças tradicionais de raiz europeia, propondo "um concerto especialmente concebido para explorar emoções e viajar através da música".
'Stick to the Music' é também o primeiro CD em que Rodrigo Serrão dá a conhecer a sua voz, logo no primeiro tema, 'Hei-de Amar-te a Vida Inteira', cuja interpretação partilha com Fernanda Paula.
Maria Ana Bobone, Joana Pessoa e André Peres são outros dos convidados de Rodrigo Serrão que participam neste CD, que, segundo o músico, "é para as pessoas que [com ele] se atiram no escuro quando tudo é incerteza e ainda nada se sabe".
O álbum inclui, entre outros temas, 'Canção de Alcipe' (Armando Rodrigues/Afonso Corrêa Leite), 'Dança Palaciana' (Carlos Paredes), 'Um Bom Dia' (Rodrigo Serrão) ou a canção tradicional irlandesa 'Saddle the Pony'.
Com 25 anos de carreira, músico, letrista e produtor, Rodrigo Serrão começou os estudos musicais aos sete anos, tendo-se iniciado na flauta transversal no Conservatório de Coimbra e estudado guitarra, baixo, piano e ainda contrabaixo.
Sendo este o seu primeiro CD a solo, o músico participou em mais de 100 discos com nomes como José Cid, Paulo de Carvalho, Anabela, Romana, Vicente da Câmara, Pedro Barroso, o agrupamento Rouxinol Faducho, Mikkel Solnado, Dulce Pontes e Maria Ana Bobone, com quem realizou uma parceria em 2011, acompanhando-a ao piano na interpretação de fados.
Sobre a escolha do repertório do álbum, Rodrigo Serrão afirma: "Há algo que reconhecemos sempre neste sentir português... Não se reduz às características de uma linguagem musical e está muito para lá dos instrumentos que a tocam. Na verdade está em todo o lado: na terra, na água, nos silêncios, nos olhares e nas palavras e, para nós, traduz-se sobretudo entre pausas, na escolha segura de certas notas".
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