Foi ao ritmo do samba imposto por Carlos Vinícius que o Benfica goleou, esta quarta-feira, o Portimonense e subiu à liderança isolada do campeonato português, ultrapassando o FC Porto que empatou na Madeira frente ao Marítimo.
Aquilo que se previa ser um encontro complicado frente a um adversário que costuma complicar a vida aos três grandes acabou por ser uma partida em que os campeões nacionais se apresentaram concentrados e com uma grande produção ofensiva como à muito não se via.
Mas antes de lhe falar do jogo, é preciso contar-lhe que Bruno Lage decidiu fazer uma pequena revolução no onze escolhido, colocando em campo Jardel, Samaris, Gedosn Carlos Vinícius e Chiquinho. E foram precisamente este dois últimos que estiveram em evidência ao longo dos 90 minutos.
O português, que recuperou em tempo recorde de uma lesão grave, foi muito interventivo na partida e na ausência de Pizzi, que se encontrava no banco de suplentes, foi ele quem conduziu a grande maioria das jogadas de ataque dos encarnados, mostrando que a lesão já lá vai.
Primeira parte a controlar, segunda a dizimar
O primeiro tempo mostrou um Benfica mais comedido, e com medo de arriscar, ao contrário do que viria a acontecer no segundo tempo.
Já o Portimonense apresentou-se, nos minutos iniciais do encontro, sem medo do adversário e até pertenceu aos algarvios a primeira grande oportunidade de perigo. Aos 11 minutos, Anzai surgiu solto na área encarnada após cruzamento largo de Tabata e atirou para uma grande defesa de Vlachodimos.
O remate do japonês foi a primeira, e única, amostra dos visitantes na etapa inicial do encontro, que depois sentiram mais dificuldades para contrariar o poderio encarnado. Os campeões nacionais acabariam mesmo por marcar através de André Almeida que apareceu solto a cabecear ao segundo poste, depois de um canto batido por Grimaldo.
A vantagem dos encarnados ao intervalo justificava-se, embora fosse expectável que apresentassem um nível mais elevado na hora de finalizar. Foi preciso esperar pela segunda parte para a situação mudar drasticamente.
A equipa comandada por Bruno Lage assinou uma segunda parte irrepreensível perante uma turma algarvia que não teve capacidade para travar esta avalancha ofensiva dos campeões nacionais que resolveram o encontro nuns diabólicos 20 minutos.
A abrir a segunda parte, Rúben Dias marcou o segundo do Benfica na noite de quarta-feira. Grimaldo bateu um canto, André Almeida atirou ao poste, mas a bola voltou aos pés do espanhol que tirou um cruzamento direitinho para a cabeça do internacional português. A alegria instalou-se nas bancadas do Estádio da Luz.
O segundo golo dos encarnados fez mossa nos alrgarvios que foram incapazes de reagir ao golo sofrido. Quem aproveitou este desencontro da equipa de António Folha foi Carlos Vinícius. O brasileiro, que cumpriu a estreia a titular na I Liga, marcou dois golos em dois minutos - assistências de Grimaldo e Chiquinho - e sentenciou o resultado final.
Até ao final, o Benfica geriu da melhor maneira o resultado, perante um Portimonense que não teve capacidade de marcar qualquer golo à equipa que, a partir desta jornada, se tornou no melhor ataque e na melhor defesa deste campeonato com 21 golos marcados e três sofridos.
Figura do jogo
Carlos Vinícius foi uma autêntica dor de cabeça para a defesa do Portimonense. Depois de uma primeira parte mais apagada, com um ou outro pormenor de registo, o brasileiro surgiu inspirado no segundo tempo e bisou naquela que foi a sua primeira partida a titula na I Liga
Surpresa
Chiquinho parece já ter ultrapassado a desinserção do tendão médio adutor, à esquerda, que o afastou dos relvados durante cerca de dois meses e apresentou-se no Estádio da Luz em grande ritmo. A grande maioria do jogo ofensivo do Benfica passou por ele, contando no registo de jogo com uma assistência para o segundo golo de Vinícius.
Desilusão
Jadson foi o jogador que teve uma prestação menos positiva do lado do Portimonense. Foi ‘comido’ no primeiro golo de Carlos Vinícius e na restante partida cometeu muitos erros defensivos.
Treinadores
Bruno Lage: Surpreendeu aos mudar muitos jogadores em relação à partida frente ao Tondela – encarnados venceram por 1-0 -, mas a aposta foi certeira. Depois de uma primeira parte mais comedida, a equipa voltou diferente, para melhor, e ‘cilindrou’ o Portimonense.
António Folha: O treinador dos algarvios não encontrou remédio para o esquema montando por Bruno Lage. Depois de uma primeira parte em que a equipa jogou sem medo do adversário, o golo a abrir o segundo tempo deitou por terra quaisquer que podiam ser as esperanças dos algarvios.
Árbitro
Arbitragem positiva de Manuel Mota, sem erros de maior nos lances de maior dificuldade.