Era imperativo vencer e foi isso que o FC Porto fez esta quinta-feira na Suíça, frente ao Young Boys. Depois de um susto, os dragões demoraram a reagir, mas acabaram salvos por um homem que, à partida, muitos não adivinham que seria opção: Vincent Aboubakar.
Os dragões não baixaram os braços e viraram uma desvantagem que estava consumada desde o minuto 6 da partida. Só 70 minutos depois, o avançado camaronês conseguiu chegar ao empate. O bis veio logo pouco depois - três minutos a seguir para ser rigoroso - e a equipa do FC Porto explodiu de alegria. Esteve quase com um pé fora da Europa, mas recompôs-se e trouxe para Portugal três importantes pontos na luta pelo apuramento para os 16 avos-de-final da Liga Europa.
Um jogo onde se viu um FC Porto combativo, aguerrido, bem à imagem daquilo que tem sido o FC Porto de Sérgio Conceição. E um jogo onde também se viu Aboubakar regressar aos golos, mais de um ano depois - o último golo do camaronês tinha sido apontado a 22 de setembro de 2018.
Figura do jogo: Podíamos falar de Corona ou até mesmo de Otávio por serem dos mais incansáveis na busca de oportunidades ou na procura pela profundidade. O jogo do mexicano foi, aliás, sempre o motor que dava a gasolina necessária ao ataque do FC Porto. Mas é incontornável que este destaque vá para Vincent Aboubakar.
O camaronês foi titular pela primeira vez esta temporada e quis retribuir a confiança dada por Sérgio Conceição. Teve uns 45 minutos dificeís, mas na segunda parte foi letal. Apareceu no sítio certo e marcou duas vezes… em três minutos. Depois da grave lesão, Aboubakar merecia e precisava desta injeção de confiança e não havia jogo melhor para a ter. Um bis que salvou o FC Porto e que pode ter ‘renovado’ a sua carreira.
Surpresa: Fassnacht foi sempre uma dor de cabeça para a defensiva portista. Marcou logo aos seis minutos nas costas de Pepe e Marcano, e só não voltou a fazer estragos porque Marchesín e o poste impediram. Foi sempre dos pés do internacional suíço que surgiram as melhores oportunidades de golo do Young Boys.
Desilusão: Manafá entrou para o lugar de Mbemba, que iniciou o jogo como lateral direito. Sérgio Conceição quis dar mais largura e mais poder ataque ao seu flanco direito, mas Manafá exibiu muitas das suas fragilidades. Não conseguiu fazer aquilo que se pedia ofensivamente e, mesmo a defender, deixou a desejar. E já não mencionamos as dificuldades na receção de bola e no passe...
Sérgio Conceição: Quis lançar Aboubakar como 'joker' e foi uma aposta ganha. Ao intervalo, percebeu que a equipa precisava de mais largura e lançou Manafá. Assumiu a dificuldade de jogar com equipas com um futebol físico, mas conseguiu dar a volta a essas mesmas dificuldades e os três pontos vieram para Portugal. A segunda parte foi claramente superior e notou-se que o intervalo fez bem à equipa azul e branca.
Gerardo Seoane: Tentou utilizar as suas valências para contrariar o poderio do FC Porto. O Young Boys foi uma equipa sempre perigosa na primeira parte, mas no segundo tempo adormeceu e esse foi o erro do técnico. O poste impediu já nos minutos finais que a sua equipa tivesse mais sorte.
Árbitro - Tamás Bognar: Não foi um jogo fácil para o húngaro. Acabou a primeira parte sob uma chuva de protestos por parte da equipa portista. Não marcou uma grande penalidade sobre Marega, depois houve outro lance duvidoso na área do Young Boys, desta vez sobre Aboubakar, e acabou a expulsar Vítor Bruno, adjunto de Sérgio Conceição, por protestos.