A doença transmitida por um novo coronavírus foi detetada em dezembro de 2019, em Wuhan, na China, e alastrou-se pelo mundo, levando à suspensão de setores inteiros da economia mundial, em função de um confinamento generalizado.
Com o desporto interrompido desde meados de março, numa súbita paragem inédita desde a II Guerra Mundial, entre 1939 e 1945, foram adiadas centenas de competições pelo mundo fora e nem os Jogos Olímpicos Tóquio2020 escaparam.
O maior evento multidesportivo mundial foi transferido para o verão de 2021, tal como as fases finais do Euro2020 e da Copa América de futebol, refletindo uma época dominada pela incerteza desde a primeira vaga pandémica e recuperada em velocidades distintas.
A reativação da maioria dos campeonatos dependeu do risco de pandémico associado a cada país ou continente e da elaboração de calendários apertados, como expressou a realização das últimas 10 jornadas da I Liga de futebol, entre 03 de junho e 26 de julho.
Ao invés da II Liga, o Governo autorizou a final da Taça de Portugal e os desportos individuais ao ar livre, apesar da indefinida Volta a Portugal em bicicleta, que foi adiada, cancelada e recuperada numa edição especial de 27 de setembro e 05 de outubro.
Já as modalidades de pavilhão optaram por acompanhar o futebol não profissional na conclusão antecipada da temporada 2019/20 antes do verão, sem consensos quanto à atribuição de títulos, vagas europeias, subidas e descidas pela via administrativa.
Outros eventos de curta duração foram cancelados, casos do Estoril Open de ténis e do Rali de Portugal, ou convertidos numa edição virtual, como a Maratona do Porto, numa retoma desportiva parcial condicionada à evolução dos casos de infeção.
Esse contexto atípico causou danos sem precedentes no setor, mas privilegiou Portugal na organização de grandes eventos e transferiu a final a oito da Liga dos Campeões de futebol para os estádios da Luz e José Alvalade, em Lisboa, de 12 a 23 de agosto.
Além do novo formato, com eliminatórias convertidas num único jogo, foram adotadas as restrições sanitárias universais na retoma desportiva em plena pandemia, dos testes de despistagem ao uso massivo de máscara, passando pela limitação de intervenientes.
Portugal também beneficiou dos ajustes competitivos nas principais categorias dos desportos motorizados e voltou a acolher etapas dos Mundiais de Fórmula 1 (25 de outubro) e MotoGP (22 de novembro), desta vez no Autódromo Internacional do Algarve.
O triunfo caseiro do motociclista Miguel Oliveira foi emoldurado por bancadas vazias, um mês depois do teste falhado com mais de 27.500 espetadores na elite das quatro rodas, que travou uma série de ensaios gerais com vista ao regresso de público aos recintos.
A segunda vaga da pandemia de covid-19 eclodiu entre as duas provas e resgatou o estado de emergência, sem implicar um confinamento total, enquanto a época 2020/21 prossegue apenas ao nível sénior e deixa inativos mais de 400 mil jovens federados.